sábado, 25 de julho de 2009

ESTUDO DO MEIO - PROJETO DE EXCURSÃO

I – APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA

O estudo do meio não se relaciona à simples obtenção de informação fora da sala de aula ou à simples constatação de conhecimentos já elaborados, encontrados em livros didáticos, enciclopédias e jornais que se pode verificar in loco na paisagem humana ou geográfica.
O estudo do meio envolve uma metodologia de pesquisa e de organização de novos saberes, que requer atividades anteriores à visita para levantamento de questões a serem investigadas, seleção de informações, observações em campo, comparação entre dados levantados e os conhecimentos já organizados por outros pesquisadores, interpretação, enfim, organização de dados e conclusões.
A criança constrói conhecimento através da sua relação com objetos e com o mundo, através da exploração do meio em que vive, desde muito pequena. Esse processo é lento e cada criança tem um ritmo próprio de observação da realidade. As explicações da criança sobre a realidade passam por fases até atingir a etapa das explicações dadas pelas ciências.
É fundamental que a escola instrua, familiarize novas informações e estabeleça as relações interindividuais mais diversificadas para que o educando comece a ler o mundo humano de modo mais crítico, construindo propostas e soluções para problemas de diferentes naturezas com os quais defrontam na realidade.
O estudo do meio como recurso didático é uma experiência muito rica, para o professor e particularmente para os alunos. Além de permitir que reconheçam melhor a realidade, possibilita um crescimento nas relações entre crianças/adultos e de modo especial das crianças com elas mesmas, porque esse tipo de atividade oferece inúmeras oportunidades de trabalho em grupo.
Com o objetivo de favorecer o conhecimento do espaço tanto do ponto de vista do seu conteúdo natural (relevo, vegetação, clima, solo), quanto do seu conteúdo humano e social (criações realizadas através do trabalho ou da produção do homem), elaboramos um planejamento interdisciplinar/cooperativo para o estudo integral, em forma de excursão, para a cidade de Brasília, capital do Brasil.

II – OBJETIVO GERAL
• Oportunizar ao aluno, através do planejamento cooperativo e interdisciplinar, o desenvolvimento dos procedimentos para a elaboração do plano de atividades de excursão.

III – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Discutir as etapas para a realização de um Estudo do Meio
• Preparar os alunos, definindo-se o que observar e o que registrar.
• Organizar um guia de turismo sobre a cidade de Brasília, apresentando informações sobre a localização, vias de acesso, indicações de hospedagem, atrações turísticas, informações sobre a história do lugar e da assistência dos serviços de alimentação, de lazer e de atendimento hospitalar.
• Estudo e debate entre professor/aluno, buscando a integração teoria-prática.
• Concluir o trabalho com a apresentação do guia turístico à comunidade escolar, através do mural da escola, proporcionando aos alunos uma articulação entre a sua aprendizagem e a sua formação, para levar conhecimento científico à comunidade.

IV – PLANO DE ATIVIDADES DE EXCURSÃO:
1. Encaminhar ofício solicitando à Diretoria autorização para o evento.
2. Disciplinas curriculares envolvidas.
3. Reunião com os pais dos alunos para conscientizá-los da importância da excursão para conhecimento, compreensão, aplicação e análise dos alunos quanto ao tema estudado, procurando garantir a participação do maior número possível de alunos no evento, visando ao princípio da educação inclusiva.
4. Local de Destino
5. Data e dia da Semana.
6. Horário de Saída e de Retorno.
7. Número de alunos participantes.
8. Alimentação.
9. Meio de transporte a ser utilizado. Constar a quantidade necessária.
10. Custo por aluno
11. Anexar cópia da autorização dos pais ou responsáveis pelos alunos.
12. Relação nominal dos alunos, elaborada em duas vias, contando o nome completo do aluno participante e idade. A primeira via deverá permanecer na escola e a segunda via deverá acompanhar a excursão.
13. Termo de responsabilidade devidamente assinado pelos professores responsáveis pela orientação e controle dos alunos durante toda a excursão. Discriminar nome completo, RG, cargo/função.
14. Escolha de patrocinadores para o evento.
15. Divulgação do projeto por meio de afixação de faixas na escola e em locais mais freqüentados da cidade, inserção de propagandas na Rádio Excluiva, confecção de panfletos e cartazes.
16. Programa de atividades pedagógicas com preparo dos alunos em relação aos procedimentos e atitudes adequados à natureza do evento.
17. Divisão dos alunos em equipes de trabalhos, a saber: a) equipe responsável pela filmagem, b) equipe responsável pela fotografia, c) equipe responsável pelo desenho, d) equipe responsável pelo relato diário, e)equipe responsável pelas entrevistas e f) equipe responsável pelo apoio ao grupo.
18. Forma de avaliação pedagógica das atividades.

V- CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES:
Encaminhar ofício solicitando à Diretoria autorização para o evento;
Disciplinas curriculares envolvidas;
Reunião com os pais dos alunos para conscientizá-los da importância da excursão para conhecimento, compreensão, aplicação e análise dos alunos quanto ao tema estudado, procurando garantir a participação do maior número possível de alunos no evento, visando ao principio da educação inclusiva.
Local de Destino
Data e dia da Semana.
Horário de Saída e de Retorno.
Número de alunos participantes.
Alimentação.
Meio de transporte a ser utilizado. Constar a quantidade necessária.
Custo por aluno
Anexar cópia da autorização dos pais ou responsáveis pelos alunos.
Relação nominal dos alunos, elaborada em duas vias, contando o nome completo do aluno participante e idade. A primeira via deverá permanecer na escola e a segunda
Termo de responsabilidade devidamente assinado pelos professores responsáveis pela orientação e controle dos alunos durante toda a excursão. Discriminar nome completo, RG, cargo/função.
Escolha de patrocinadores para o evento.
Divulgação do projeto por meio de afixação de faixas na escola e em locais de mais freqüentados da cidade, inserção de propagandas na Rádio Exclusiva, panfletos e cartazes.
Programa de atividades pedagógicas com preparo dos alunos em relação aos procedimentos e atitudes adequados à natureza do evento.
Divisão dos alunos em equipes de trabalhos, a saber: a) equipe responsável pela filmagem, b) equipe responsável pela fotografia, c) equipe responsável pelo desenho, d) equipe responsável pelo relato diário, e)equipe responsável pelas entrevistas e f) equipe responsável pelo apoio ao grupo.
Forma de avaliação pedagógica das atividades
Realização da Excursão
Carta de agradecimento aos patrocinadores e pais. Convites para participação da divulgação do resultado
Resultado do Projeto divulgado na comunidade Escolar.

VI – RECURSOS:

MATERIAIS: blocos para anotação, lápis, caneta, borracha.

TECNOLÓGICO: filmadora e máquina fotográfica.

HUMANOS: alunos, professores e um guia turístico.

TRANSPORTE: microônibus com capacidade para 24 lugares

VII – EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES:

• Encaminhamento do ofício solicitando à Diretoria autorização para o evento.


Abaeté, 03 de fevereiro de 2009.

ILMª.SRª.
Áurea Amaral
DD. Diretora da E.E. Frederico Zacarias
Abaeté – MG

Prezada Senhora:

Solicitamos a V. Sa. que, analise de forma especial, a saída dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental para a atividade extra classe – excursão, para a cidade de Brasília, com a finalidade de possibilitar o desenvolvimento de competências, envolvendo atividades cognitivas, habilidades e valores, concedendo-lhes oportunidades para exploração e observação do estudo do meio de forma a explorar novos ambientes para conhecimento, compreensão, aplicação e análise da leitura do mundo a qual pertence como sujeito da nossa história.
O evento está previsto no Plano de Desenvolvimento Educacional e conta com um planejamento interdisciplinar/cooperativo das seguintes disciplinas: Geografia, História, Ciências e Ensino Religioso.
Esperando contar com sua valiosa atenção e compreensão, agradecemos.

Atenciosamente,

Mariana Rodrigues, Priscila Carolina, Ronicilda Stheomar, Suelen Luizi e
Fernanda Conceição Lopes
Professoras responsáveis pelo evento


• Disciplinas curriculares envolvidas

DISCIPLINAS CONTRIBUIÇÕES
História Levantamento de dados históricos.
Geografia Conhecimento do espaço tanto do ponto de vista natural quanto do seu conteúdo humano e social.
Ensino Religioso Trabalhar com os valores, respeito, afetividade.
Ciências Naturais Observação da realidade, envolvendo a explicação científica.
Português Produção e elaboração de textos para confecção do guia turístico e avaliação final.

• Reunião com os pais dos alunos para conscientizá-los da importância da excursão para conhecimento, compreensão, aplicação e análise dos alunos quanto ao tema estudado, procurando garantir a participação do maior número possível de alunos no evento, visando ao principio da educação inclusiva.

BILHETE ENVIADO AOS PAIS
Senhores Pais:
A E. E. Frederico Zacarias, nesta sexta-feira (12 de fevereiro), às 17 horas estará inaugurando o Projeto desenvolvido pelo 5º ano do ensino Fundamental que tem como tema “Os Estudos do Meio”. Pedimos que não faltem à reunião, pois temos como objetivo a realização de uma excursão para conhecimento de outros espaços diferentes e necessitamos da sua colaboração para que o evento se efetive. A presença de vocês é indispensável!
Contamos com a sua compreensão.
Atenciosamente,
Professoras do 5º ano do Ensino Fundamental


• Autorização dos pais ou responsáveis pelos alunos.

AUTORIZAÇÃO

Autorizo meu(minha) filho(a) _____________________________________a participar de uma excursão promovida pela E.E. Frederico Zacarias, com destino a Brasília, com saída prevista para o dia 18/04/2009, às 18 horas e retorno no dia 20/04/2009, às 19 horas.
Abaeté, 02 de março de 2009.

________________________________
Assinatura dos pais ou responsáveis pelo aluno

Número de alunos participantes: 17 (dezessete).
Alimentação: lanche durante a viagem de ida no dia 19/04/2009, café da manhã, almoço, lanche, jantar e mais um lanche durante a viagem do dia 20/04/2009.
Meio de transporte a ser utilizado: microônibus com capacidade para 24 lugares.
Custo por aluno: R$ 280,00 (duzentos e oitenta reais).
Custo Total do Projeto: R$ 6.000,00 (seis mil reais)
• Relação nominal dos alunos, elaborada em duas vias, contando o nome completo do aluno participante e idade. A primeira via deverá permanecer na escola e a segunda via deverá acompanhar a excursão.

Nº DE ORDEM NOME DOS ALUNOS IDADE
1. Aline Lúcio de Castro 10
2. Débora Cristina de Carvalho Couto 10
3. Érika Júnia Ferreira 10
4. Estaésia Caroline da Silva Ferreira 10
5. Gabriela Aparecida Pinto Ferreira 11
6. Giselly da Silva Moura 10
7. Júlio César Gomes 12
8. Jussara de Freitas Bueno 09
9. Karla Geralda Soares 10
10. Kátia Aparecida Correia 09
11. Laura Cecília Martins Amaral 10
12. Laura Francina da Silva Freitas 10
13. Mariana Moreno Trajano da Cruz Carvalho 10
14. Naiara Aparecida de Lacerda 09
15. Patrícia Rosa Rodrigues 12
16. Stela Gontijo de Souza 10
17. Viviane Adriane dos Santos Faria 12

• Termo de responsabilidade devidamente assinado pelos professores responsáveis pela orientação e controle dos alunos durante toda a excursão. Discriminar nome completo, RG, cargo/função.

TERMO DE RESPONSABILIDADE

Na qualidade de responsáveis pelo Projeto de Estudos do Meio, comprometemo-nos pela orientação e controle dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental da E.E. Frederico Zacarias, relacionados em anexo, durante toda a excursão na cidade de Brasília, que rubricados pelas partes, faz parte integrante e inseparável deste termo, obrigando-nos a responder pelo evento, sujeitando-nos a responder perante a Instituição em caso de acontecimentos prejudiciais dos respectivos alunos.
/ /
Data: Local:

Assinaturas das Professoras Responsáveis, juntamente com o número de RG.

• Escolha de patrocinadores para o evento


CARTA DE PEDIDO DE PATROCÍNIO

Abaeté, 17 de março de 2009.

Caro Empresário (a),

Vimos, através desta, apresentar-lhe nosso projeto educacional e solicitar de Vossa Senhoria possível apoio financeiro ao evento pretendido conforme se explica em anexo.
As cotas de patrocínio serão de R$ 600,00 (seiscentos reais) e dará direito ao apoiador educacional de expor sua marca nos panfletos, cartazes e faixas do evento e terá também seu nome divulgado pelos apresentadores do evento nas propagandas inseridas na Rádio Exclusiva FM. Contamos com o seu apoio e colaboração.

EQUIPE RESPONSÁVEL PELO EVENTO

PATROCINADORES:
• Prefeitura Municipal de Abaeté
• Câmara Municipal de Abaeté
• Banco do Brasil S/A
• Caixa Econômica Federal
• Banco Credioeste
• Rede de Supermercados Smart
• Viação Sertaneja Ltda
• Eletrozema Ltda
• Lojas UD
• Rádio Exclusiva FM


• Divulgação do projeto por meio de afixação de faixas na escola e em locais de mais freqüentáveis da cidade.
FAIXA:
• O 5º ano do Ensino Fundamental da E.E. Frederico Zacarias, num trabalho interdisciplinar e cooperativo, está realizando o Projeto sobre os “Estudos do Meio” e realizará uma excursão para Brasília, de forma a explorar novos ambientes para conhecimento. Patrocinadores: Prefeitura Municipal de Abaeté, Câmara Municipal de Abaeté, Banco do Brasil S/A, Caixa Econômica Federal, Banco Credioeste, Rede de Supermercados Smart, Viação Sertaneja Ltda, Eletrozema Ltda e Lojas UD, Rádio Exclusiva FM

PROPAGANDA NA RÁDIO:
A E.E. Frederico Zacarias, torna público, que está realizando o Projeto sobre os “Estudos do Meio” e realizará uma excursão para Brasília, de forma a explorar novos ambientes para conhecimento. Existe uma frase atribuída a Jesus: “Ninguém é profeta em sua própria terra”, depois abrasileirada para “santo da casa não faz milagres”. Isto não deve ser regra e nem uma barreira para o incentivo cultural. O desafio é grande, mas devemos começar em algum lugar, incentive e apóie os projetos pedagógicos que visa formar cidadãos críticos e conscientes de suas atitudes.
Patrocinadores: Prefeitura Municipal de Abaeté, Câmara Municipal de Abaeté, Banco do Brasil S/A, Caixa Econômica Federal, Banco Credioeste, Rede de Supermercados Smart, Viação Sertaneja Ltda, Eletrozema Ltda e Lojas UD, Rádio Exclusiva FM.


CARTAZES:
• Conheçam o Projeto que está sendo realizando pelo 5º ano do Ensino Fundamental da E.E. Frederico Zacarias, que tem como tema os “Estudos do Meio”. Patrocinadores: Prefeitura Municipal de Abaeté, Câmara Municipal de Abaeté, Banco do Brasil S/A, Caixa Econômica Federal, Banco Credioeste, Rede de Supermercados Smart, Viação Sertaneja Ltda, Eletrozema Ltda e Lojas UD, Rádio Exclusiva FM.

PANFLETOS:
• Os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental da E.E. Frederico Zacarias, está realizando um Projeto que tem como tema os “Estudos do Meio” e realizarão uma excursão a Brasília como forma de explorar novos conhecimentos. Patrocinadores: Prefeitura Municipal de Abaeté, Câmara Municipal de Abaeté, Banco do Brasil S/A, Caixa Econômica Federal, Banco Credioeste, Rede de Supermercados Smart, Viação Sertaneja Ltda, Eletrozema Ltda e Lojas UD, Rádio Exclusiva FM.
• Programa de atividades pedagógicas com preparo dos alunos em relação aos procedimentos e atitudes adequados à natureza do evento.

CONHECENDO BRASÍLIA
Pode-se dizer que Brasília não é particularmente um dos lugares mais lindos do mundo, mas possui muitos pontos turísticos interessantes, apesar da maioria deles serem sedes governamentais. Pesquisando um pouco mais sobre a sua história procuramos mostrar alguns lugares para dessa forma conseguir alcançar nosso objetivo principal: confeccionar um guia turístico da cidade de Brasília.

DADOS ECONOMICOS DE BRASILIA – DISTRITO FEDERAL

Indicadores Econômicos
Participação no PIB (%) 1,8
Produtos agrícolas Café, Goiaba, Laranja, Limão, Mamão, Manga e Tangirina
Produtos minerais Água Mineral, Calcário e Dolomita
Pecuária - bovinos (cabeças) 110.157
Extrativismo vegetal Madeiras
Indústria Construção civil, gráfica, de transformação.
Arrecadação de ICMS 2002 - Valor Provisório (R$) 1.804.582,00
Indicadores Democráticos e Sociais
Area: 5.789,16 Km²
Densidade: 354,3 hab./km²
Altitude: 1.172m²
Clima: Tropical de Savana e Temperado Chuvoso de Inverno Seco
Temperatura Média Anual: 20,5º
Umidade Relativa do Ar: 40 a 70%
Código DD/Fax: 61
Voltagem: 220V
Hora Local: -3h em relação ao Meridiano de Greenwich
População: 2.051.146 hab

Dados Sócio-Econômicos
Área (Km²) 5.789,16
Densidade (hab./km²) 354,3
Crescimento Demográfico (% ao ano) 2,82
Vegetação Cerrado
Rios principais Paranoá, Preto, Santo Antônio do Descoberto, São Bartolomeu
Clima Tropical
Índice de Desenvolvimento Humano - IDH (0-1) 0,844
Analfabetismo (%) 4,35
Eleitores 1.518.437

Infra-Estrutura
Consumo de energia comercial - 2001 (GWh) 924
Consumo de energia industrial - 2001 (GWh) 337
Consumo de energia residencial - 2001 (GWh) 1.241
Consumo de energia total - 2001 (GWh) 3.319
Extensão das ferrovias (Km) 36
Extensão das rodovias (Km) 1.855,5
Malha pavimentada (%) 44

Símbolos do Distrito Federal


Bandeira Brasão

Bandeira-Insígnia do Governador do Distrito Federal


História

Desde a primeira constituição republicana já constava um dispositivo que previa a mudança da Capital Federal do Rio de Janeiro para o interior do país. No ano de 1891, foi nomeada a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, liderada pelo astrônomo Luís Cruls e integrada por médicos, geólogos e botânicos, que fizeram um levantamento sobre topografia, clima, geologia, flora, fauna e os recursos materiais da região do Planalto Central. A área ficou conhecida como Quadrilátero Cruls e foi apresentada em 1894 ao Governo Republicano.
Em 1922 uma comissão do Governo Federal estabelece a localização no cerrado goiano, mas o projeto fica engavetado. Apenas em 1955, durante um comício na cidade goiana de Jataí, o então candidato à presidência Juscelino Kubitschek afirmou que iria transferir a capital. Eleito presidente, Juscelino estabeleceu a construção de Brasília como meta-síntese de seu Plano de Metas.
O traçado das ruas de Brasília obedece ao plano piloto implantado pela empresa Novacap a partir de um anteprojeto do arquiteto Lucio Costa, escolhido através de concurso público. O arquiteto Oscar Niemeyer projetou os principais prédios públicos da cidade. Apesar de a cidade ter sido construída em tempo recorde, a transferência efetiva da infra-estrutura governamental só ocorreu durante os governos militares, já na década de 1970.

Regiões Administrativas
No Brasil, a idéia de cidade está intimamente ligada à de município, porém o Distrito Federal é exceção a esta regra: há diversos núcleos urbanos, sendo o principal deles a região administrativa de Brasília, que por sua vez também se confunde com a idéia de Plano Piloto. Quanto aos outros núcleos, há muita discussão sobre se estes seriam cidades distintas, ou se seriam na verdade bairros distantes da capital do país. De qualquer forma, o Distrito Federal não é município e nem estado, constituindo um tipo independente de entidade federativa. Possui governador, assim como os estados, mas não é subdividido em municípios, portanto, não possuindo também nenhum prefeito.
É dividido em regiões administrativas, que historicamente foram chamadas de cidades-satélite (atualmente, alguns consideram este termo pejorativo). Convém lembrar também que alguns destes núcleos, como Planaltina, por exemplo, são mais antigos do que a própria Brasília. Planaltina, inclusive, já chegou a ser município de Goiás, antes de ser incorporado ao Distrito Federal.

Dados Demográficos
Regiões Administrativas Área total (km²) População* Densidade Demográfica (hab/km²)
RA 1 Brasília 472,12 (8,1%) 198.422 (9,6%) 420
RA 2 Gama 276,34 (4,7%) 130.580 (6,3%) 472,5
RA 3 Taguatinga 121,55 (2%) 243.575 (11,8%) 2.003,9
RA 4 Brazlândia 474,83 (8,2%) 52.698 (2,5%) 110,9
RA 5 Sobradinho 572,59 (9,8%) 128.789 (6,2%) 224,9
RA 6 Planaltina 1.534,69 (26,5%) 147.114 (7,1%) 95,8
RA 7 Paranoá 853,33 (14,7%) 54.902 (2,6%) 64,3
RA 8 Núcleo Bandeirante 80,43 (1,3%) 36.472 (1,7%) 453,4
RA 9 Ceilândia 230,33 (3,9%) 344.039 (16,7%) 1.493,6
RA 10 Guará 45,46 (0,7%) 115.385 (5,6%) 2.538,1
RA 11 Cruzeiro 8,9 (0,15%) 63.883 (3,1%) 7.177,8
RA 12 Samambaia 105,7 (1,8%) 164.319 (8,0%) 1.554,5
RA 13 Santa Maria 215,86 (3,7%) 98.679 (4,8%) 457,1
RA 14 São Sebastião 383,71 (6,6%) 64.322 (3,1%) 167,6
RA 15 Recanto das Emas 101,22 (1,7%) 93.287 (4,5%) 921,6
RA 16 Lago Sul 183,39 (3,1%) 28.137 (1,3%) 153,4
RA 17 Riacho Fundo 56,02 (0,9%) 41.404 (2,0%) 739
RA 18 Lago Norte 66,08 (1,1%) 29.505 (1,4%) 446,5
RA 19 Candangolândia 6,61 (0,1%) 15.634 (0,7%) 2.365,2
Distrito Federal 5.789,16 (100%) 2.051.146 (100%) 354,3
Fontes:
- Companhia Energética de Brasília - CEB
- Conselho Nacional de Política Fazendária - CONFAZ
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
- Secretaría de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação - SEDUH / GDF

Datas das Fundações das Regiões Administrativas

Datas Cidades Lei de Criação
19/08/1859 Planaltina
03/11/1956 Candangolândia LEI nº 658, de 27 de janeiro de 1994
19/12/1956 Núcleo Bandeirante
05/06/1958 Taguatinga
30/11/1959 Cruzeiro
05/06/1933 Brazlândia
21/04/1960 Brasília
13/05/1960 Sobradinho
12/10/1960 Gama
05/05/1968 Guará
27/03/1971 Ceilândia
25/10/1989 Samambaia
25/10/1989 Paranoá
10/02/1993 Santa Maria
13/03/1993 Riacho Fundo LEI n° 620, de 15 de dezembro de 1993
25/06/1993 São Sebastião LEI nº 467, de 25 de junho de 1993
28/07/1993 Recanto das Emas LEI nº 510, de 28 de julho de 1993
10/01/1994 Lago Sul e Lago Norte LEI n ° 641, de 10 de janeiro de 1994
06/05/2003 Águas Claras LEI nº 3153, de 06 de maio de 2003
06/05/2003 Varjão LEI nº 3153, de 06 de maio de 2003
06/05/2003 Sudoeste/Octogonal
29/12/2003 Park Way LEI nº 3.255, de 29 de dezembro de 2003
27/01/2004 Setor Complementar de Ind. e Abast. LEI nº 3315, de 27 de janeiro de 2004
27/01/2004 Sobradinho II LEI nº 3314, de 27 de janeiro de 2004
01/09/2004 Jardim Botânico
03/01/2005 Itapoã LEI n º 3.527, de 03 de janeiro de 2005

O Distrito Federal possui autonomia para instituir e arrecadar tributos próprios aos estados, como o imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS), imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA), municipais, imposto predial e territorial urbano (IPTU), e demais que, pela Constituição brasileira de 1988, são de competência dos Estados. Além disso, não se subordina administrativamente ao vizinho estado de Goiás, no qual seu território está encravado.


Peculiaridades
O Distrito Federal é uma unidade atípica da Federação, com as seguintes particularidades:
• O Distrito Federal não é um estado federado, mas também não é um município. As regiões administrativas, portanto, não têm prefeitos.
• É o menor território autônomo do Brasil – com apenas 5.783 km², que equivale a 26% da área de Sergipe, o menor estado brasileiro.
• Por limitação constitucional, não pode ser dividido em municípios.
• O Distrito Federal não tem capital, mas Brasília, Capital Federal da República Federativa do Brasil, é a sede do governo do Distrito Federal.
• O Distrito Federal rege-se por lei orgânica, típica de municípios, e não por uma constituição estadual. Acumula as competências legislativas reservadas aos Estados federados e municípios, não vedadas pela Constituição.
• O Poder Legislativo do Distrito Federal é exercido pela Câmara Legislativa, com 24 deputados distritais eleitos, não havendo o exercício do Poder Legislativo por regiões administrativas;
• O caráter híbrido do Distrito Federal é observável por sua Câmara Legislativa, mistura de Câmara de Vereadores (Poder Legislativo Municipal) e Assembléia Legislativa (Poder Legislativo Estadual) e o chefe do Poder Executivo é um Governador, ao invés de um prefeito.
• As áreas de Educação, Saúde e Segurança Pública (Polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros Militar) e o Poder Judiciário, são mantidos pela União, por meio de fundo constitucional.

Itinerário de Bom Despacho à Brasília

• Bom Despacho
1. Siga na direção leste na Rua Faustino Teixeira em direção à Rua Cel. Tininho;
2. Vire à direita na Rua Miguel Gontijo;
3. Continue na Rua do Rosário;
4. Continue na Avenida Bandeirantes;
5. Vire à direita na BR- 262;
6. Vire à direita na BR- 354;
7. Vire à esquerda para permanecer na BR- 354;
8. Vire à esquerda para permanecer na BR- 354
9. Pegue a saída;
10. Na rotatória, pegue a 2ª saída para a BR- 365;
11. Na rotatória, pegue a 2ª saída para a rampa de acesso à BR- 354;
12. Pegue a BR- 354;
13. Continue na MG- 357;
14. Continue na Avenida Nilton A Nascimento;
15. Av Nilton A Nascimento faz uma curva suave à esquerda e se torna BR- 354;
16. Vire à direita na MG- 410;
17. Vire3 à esquerda na BR- 040;
18. Continue na Estrada Epia;
19. Continue na Via Epia;
20. Continue na Estrada Epia;
21. Vire à direita na Via S Um Oeste;
• Brasília

• Nossa sugestão pessoal:
A principal atração de Brasília é ela mesma! A Cidade, não apenas os edifícios. Visite a Catedral, o Congresso, a Dom Bosco. Mas não deixe de passear a pé pelas super quadras de Brasília! Tente conhecer algumas das satélites, como Taguatinga e Guará. Cada pedacinho do DF tem sua alma própria. Não se limite a "estar" aqui. Sinta!

Algumas entrevistas feitas com autores que se dedicam ao estudo da cidade de Brasília como Capital do Brasil
As respostas das perguntas abaixo traduzem tão somente a opinião pessoal dos autores que estudam sobre Brasília:
1. Afinal, o que é "Brasília"? Seria só o Plano Piloto? Ou seria o conjunto deste e de todas as cidades satélites?
Na prática, a palavra "Brasília" pode ter vários significados:
1. Administrativamente, "Brasília" é apenas uma das mais de vinte Regiões Administrativas do Distrito Federal. Em termos urbanos, a R.A. de Brasília compreende as Asas Sul e Norte e a área central do Plano Piloto.
2. Brasília também seria a parte correspondente à cidade originalmente prevista, o que compreenderia três regiões administrativas: "Brasília", "Lago Sul" e "Lago Norte".
3. Para muitos moradores do DF, locais como Setor Octogonal e Setor Sudoeste também seriam parte de Brasília, e não "cidades satélites".
4. O termo "Brasília" também é muitas vezes usado para significar o conjunto do "Plano Piloto" e de todas as cidades satélites (ou seja, estariam incluídos os núcleos urbanos de todas as Regiões Administrativas do DF).
• "Brasília", portanto, tem um significado que na prática depende do critério que se considera - administrativo, urbanístico e social.
• Por que se construiu Brasília?
A idéia da mudança da capital, do Rio de Janeiro para o interior, é bastante antiga.e previam a mudança.
Os motivos para defender a interiorização da capital incluíam:
o Medo de invasões pelo litoral. O território brasileiro foi, durante sua história, alvo de várias tentativas de invasão (por franceses, holandeses e até portugueses, depois da independência). Ter a capital (Rio de Janeiro) junto ao mar deixava o país muito mais vulnerável a novas invasões.
o A transferência da capital ajudaria a melhor ocupar e desenvolver o interior do Brasil.
o Para alguns, ter a capital numa cidade de menor população deixaria os governantes menos sujeitos a certos tipos de pressão popular, e tornaria mais fácil a questão da segurança em casos de rebeliões, convulsões sociais, etc.
No final, Brasília teria sido resultado da vontade de um presidente da república - Juscelino Kubitschek - que resolveu abraçar, de corpo e alma, a construção da nova capital, após responder à pergunta de um popular num pequeno comício. Mas seria isso mesmo?
2. Brasília é de fato uma cidade "feita para o automóvel"?
Talvez se possa discordar, com dois argumentos: (1) a falta de estacionamentos e (2) as ruas estreitas.
As super quadras mais antigas tinham poucas vagas de estacionamento, em relação ao número de apartamentos. Tanto que em muitas quadras foi necessário ampliar os estacionamentos, às custas de parte da área verde. Mesmo assim, hoje parte dos veículos é obrigada a parar em locais onde teoricamente seria proibido (junto aos meio-fios das pistas). Também nos setores centrais da cidade há falta de áreas para estacionamento. Numa época em que a indústria automobilística brasileira estava em franco progresso, a renda da população crescia, não seria fácil imaginar que no futuro as pessoas teriam muito mais carros por família?
Quanto às ruas, é comum ler em alguns lugares sobre as "ruas largas" da cidade. Porém, as pistas das entre quadras comerciais, bem como as avenidas L-1 e W-1, têm apenas uma pista para cada mão... Somente o Eixo Monumental e o Eixo Rodoviário (se considerarmos juntos os Eixinhos e o Eixão) podem ser considerados "largos" de fato.
3. Brasília "isolou o governo do povo" ou "isolou os governantes do Brasil real" ou "dificultou a pressão popular sobre os governantes?
Pode-se responder com novas perguntas: (1) As coisas eram melhores no Brasil quando a capital ainda era no Rio? (2) As coisas são melhores nos outros países latinos importantes, cujas capitais são cidades enormes em contato com "os problemas reais"?
Os Lados Bons e Ruins de Brasília:
• Aspectos Positivos:
o ar praticamente não poluído;
o grandes áreas verdes;
o o céu em Brasília é muito bonito, e lindos entardeceres são algo comum;
o o sistema educacional e o sistema de saúde costumam ser considerados como estando entre os melhores do Brasil.

• Aspectos Negativos:
o o preço das casas e dos apartamentos (tanto para compra quanto para aluguel) é muito elevado, comparado ao de outras cidades brasileiras;
o o transporte público é ineficiente. O sistema de ônibus tem inúmeras deficiências e é caro; a construção do metrô caminha a passos lentos devido a falta de recursos (e a área efetivamente servida pelo metrô é também muito pequena). Como conseqüência, a maioria das pessoas que possuem carros usa pouco (ou sequer usa) o transporte coletivo;
o as pessoas de outras cidades costumam estranhar a pequena quantidade de pessoas que podem ser encontradas nas ruas, bem como as grandes distâncias entre os edifícios;
o as cidades satélites mais novas têm pouquíssimas áreas verdes, ao contrário das cidades satélites mais antigas e do próprio Plano Piloto; vários dos edifícios públicos mais famosos, embora esteticamente belos, são considerados pouco funcionáveis.
• Forma de avaliação pedagógica das atividades.
Debate e discussão com os alunos sobre o espaço observado.
Confecção do guia turístico da cidade de Brasília.
Produção de um texto falando sobre sua experiência.


CARTA DE AGRADECIMENTO AOS PAIS E AOS PATROCINADORES – CONVITE PARA DIVULGAÇÃO DO PROJETO.

Carta de Agradecimento

A E. E. Frederico Zacarias, vem em nome de sua diretoria e equipe organizadora do Projeto Estudos do Meio, agradecer a V. Sa. pela boa vontade em apoiar o evento educacional promovido por esta instituição.
Aproveitamos a oportunidade para convidá-lo(a) para a divulgação do resultado do projeto, a ser realizado no dia 30/04/2009, às 19 horas, na quadra da escola.
Sua presença é muito importante para todos nós.
Atenciosamente,
Áurea Amaral
Diretora da Escola

VIII – CONCLUSÃO

O principal objetivo do Estudo do Meio é demonstrar aos alunos a estreita relação existente entre aquilo que se aprende na escola e o que ocorre dentro e fora dela, em diferentes lugares com diferentes pessoas, todo tempo. A possibilidade de estabelecer essas relações representa um material de trabalho quase inesgotável para alunos e professores de qualquer série.
Esse trabalho não se esgota no período em que os alunos estão efetivamente fora da escola. Envolve, numa primeira etapa, um cuidadoso planejamento das atividades, a elaboração de regras e combinados que favoreçam o convívio coletivo, a preparação de material e estratégias de trabalho. E, finalmente, pressupõe a reorganização de tudo aquilo que foi vivido e experimentado durante a saída para estudo de meios diferentes.
Como decorrências desses estudos têm alterações nas relações interpessoais, entre os alunos e entre estes e seus professores, fruto do maior conhecimento mútuo.

IX – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Aracy do Rego. Estudos Sociais: Teoria e Prática/Aracy do Rego Antunes, Heloisa Fesch Menandro, Tomoko Lydia Paganelli – Rio de Janeiro, RJ: Access Editora, 1993.

Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: história, geografia/Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC/SEF,1997.

http://www.deosasco.com.br/Modelo/Procrdimentos_Excursao.doc

http://www.distritofederal.df.gov.br/003/00304005.asp?ttCD_CHAVE=676

Projeto Pitanguá: geografia/organizadora. Editora Moderna; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editora responsável: Virgínia Aoki – 1ª ed. – São Paulo: Moderna, 2005. Projeto em Equipe – Fazendo um guia de Turismo. P. 62.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Texto de opinião sobre o Processo de Democratização da Escola

A democracia não é só uma forma de governo, é acima de tudo um modo de vida. É o resultado do pensamento partilhado de todos os envolvidos, é participação.
Em nossa sociedade, a escola pública tem como função social formar o cidadão, isto é, construir sujeitos com conhecimentos, atitudes e valores tornando-os solidários, críticos, éticos e participativos.
Frente às inúmeras transformações ocorridas atualmente na sociedade, a escola necessita repensar o seu papel.
A contribuição significativa da escola para a democratização da sociedade e para o exercício da democracia participativa fundamenta e exige a gestão democrática da escola.
A participação constitui-se numa das melhores maneiras de assegurar a gestão democrática da escola, possibilitando o envolvimento de toda comunidade escolar na tomada de decisões e no funcionamento da organização constitucional.
A democracia na escola firma a sua importância, seu papel e valor, construindo sua autonomia. O gestor passa ser o mediador, articulador das relações inter e intra subjetivas, das vontades e dos conflitos. Seu poder fundamenta-se na vontade coletiva de todos os envolvidos.
Assim, antes das rotinas administrativas são definidos os rumos, traçados os objetivos e estabelecidas as estratégias numa construção coletiva.
Nota-se, porém, a dificuldade da escola em enfrentar e superar as mudanças. Isto se deve às resistências ao modelo de gestão e ao medo do novo. Nesse sentido tornam-se de suma importância os cursos de formação continuada para conscientizar a comunidade escolar das mudanças, da implantação de um novo modelo de escola que requer do diretor um novo perfil, uma nova estratégia, o trabalho de equipe, com ampla participação de todos os segmentos da escola e da comunidade.

OS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO: CECÍLIA MEIRELES

INTRODUÇÃO
No Brasil, a participação da mulher na vida em sociedade e nos grandes acontecimentos do país data da década de 30, a “Era do Rádio” ( e das grandes cantoras: Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Araci de Almeida, Silvinha Melo, Alzirinha Camargo, a “Pequena Notável” Carmem Miranda, dentre outras), época da industrialização, do crescimento das grandes cidades, da “Revolução de 30”, da ditadura de Getúlio Vargas, do Estado Novo e da Segunda Guerra Mundial, mas principalmente, década em que as mulheres começam suas atividades na cena pública, participando do mercado de trabalho (“trabalho extra-doméstico”) e tendo o direito de votar e de serem votadas.
Em 1934, a indústria têxtil conta com dezessete mil operárias. As mulheres obtêm conquistas trabalhistas, imitam a maquilagem das atrizes do Cinema norte-americano e o vestuário francês, vão à praia e às piscinas de “maillots” mostrando ombros e coxas e até participam de Olimpíadas: em 1932, a nadadora Maria Lenk inaugura a presença da mulher brasileira nesses eventos esportivos. Berta Lutz, fundadora da “Federação Brasileira pelo Progresso Feminino”, é quem mais luta pelos direitos sociais, políticos e econômicos das brasileiras na década de 30. Outro nome importante do feminismo da época é o da líder libertária, escritora e educadora Maria Lacerda de Moura.
Na Literatura, a Geração de 30 é considerada a responsável pelo amadurecimento do Modernismo Brasileiro. Passada a fase em que reinaram o nacionalismo, a irreverência, a rebeldia e a crítica sarcástica das paródias, dos poemas antropofágicos e dos romances telegráficos elaborados pelos escritores e das obras vanguardistas dos artistas que compunham os “Movimentos Nativistas” da década de 20 (principalmente o “Pau-Brasil” e o “Antropofágico”, que contaram com as participações especiais da jornalista e escritora Patrícia Galvão – a Pagu – e das artistas Anita Malfatti e Tarsila do Amaral), os artistas e escritores da década de 30, conscientes de que o Modernismo Brasileiro já havia conquistado “seu lugar ao sol”, passam a produzir uma obra de grande variedade de temas e de estilos, para que possam atingir os mais diversos tipos de receptores. A Literatura Brasileira de 1930-45, por isso, é marcada pelo surgimento da PROSA de ficção (Prosa Regionalista, Prosa Urbana e Prosa Intimista), da qual são seus melhores representantes: Graciliano Ramos, Jorge Amado, José Lins do Rego, José Américo de Almeida, Érico Veríssimo e a primeira “acadêmica” brasileira, a romancista Raquel de Queirós, e com a EVOLUÇÃO DA POESIA, pois a poesia brasileira, além de temas nacionalistas, passa a abordar temas sociais, religiosos, históricos, metalingüísticos e até temas centrados simplesmente no “EU”, o que representa o reinício de uma produção poética essencialmente lírica; essa “poesia evoluída, madura” é a poesia de Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Lima, Murilo Mendes e daquela que é considerada a “melhor dupla lírica” do Modernismo Brasileiro: Vinícius de Moraes e a primeira poetisa brasileira, Cecília Meireles.
No meio de todos os nomes importantes da História das Mulheres Brasileiras até aqui citados, o nome de Cecília Meireles é o escolhido como tema deste seminário, porque ela é a primeira brasileira a produzir e a publicar uma poesia em que o “EU” que nela se expressa é um “EU-LÍRICO FEMININO ”, uma “alma” feminina, o que lembra que a mulher é “alguém” e que, por isso, precisa também se lembrar de si mesma, precisa dizer ao mundo exterior o que se passa em seu mundo interior: quem é, o que sente, o que deseja, o que sabe e como a integração desses dois mundos (interior-exterior) podem aprimorar a vida em geral, já que é a mulher quem gera a vida humana. Além de ser um grande nome da História e da Literatura no Brasil, de ser a primeira poetisa brasileira, de ousar a falar de seu “EU” e do universo feminino numa sociedade ainda patriarcal por excelência, Cecília Meireles é também uma precursora das conquistas femininas em outros aspectos: na política e, principalmente nos ideais da educação.












BIOGRAFIA

Poetisa, professora, pedagoga e jornalista, cuja poesia lírica é altamente personalista, freqüentemente simples na forma, mas contendo imagens e simbolismos complexos, deu a ela a importante posição na literatura brasileira do século XX.
Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles e Dª Matilde Benevides Meireles, Cecília Benevides de Carvalho Meireles, nasceu aos sete de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Fora a única sobrevivente dos quatro filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos de idade.
Órfã desde tenra idade, foi criada pela avó Jacinta Garcia Benevides. Desde cedo habitara ao exercício da solidão, tendo precocemente desenvolvido sai consciência e sensibilidade. Começou a escrever poesias aos nove anos de idade.
A paixão pelos livros e a leitura norteia o caminho da jovem Cecília. Aos dezesseis anos, ela se diploma professora. A vontade e o fascínio pelo saber a conduzem, então, para o estudo de outros idiomas.
Ainda que se fizesse versos e compreendesse cantigas para os seus brinquedos desde a escola primária, é na adolescência que Cecília começa a escrever poesias.
Em 1.919 publica o seu primeiro livro de poemas: Espectros.
Embora vivendo sob a influência do Modernismo, apresenta ainda em sua obra heranças do simbolismo e técnicas do classicismo, razão pela qual sua poesia é considerada intemporal.
A década de 20 foi uma época de revolução na literatura brasileira, mas o trabalho de Cecília naquele período mostra pouca afinidade com as tendências nacionalistas então em voga, ou com o verso livre e a linguagem colonial. Boa parte dos críticos considera suas formas mais tradicionais de poema o ponto mais alto de sua obra.
Casa-se em 1922, com o pintor português, Fernando Correia Dias, com quem tem três filhas.






MOMENTO HISTÓRICO

A despeito de perseguições mais ou menos veladas, e de dificuldades financeiras, Cecília luta ainda mais pela renovação educacional vigente. No período de 1930 a 1933 dirige a página da Educação no Diário de Notícias do Rio de Janeiro. Em seus artigos sobre política, educação e cultura, defende uma política menos casuísta e uma educação moderna. Cecília rompe tabus de uma sociedade deixando marca na História Brasileira como defensora da idéia universal de democracia numa década em que o mundo vive o período de transição das duas Grandes Guerras. No Brasil, Getúlio Vargas sai-se vitorioso na Revolução de 1.930. A “Página da Educação”, comandada por Cecília Meireles, causa fúria no meio político nacional. Cecília refere-se ao presidente Vargas como “Senhor Ditador”. Sustentando a idéia de um Brasil menos presunçoso, coleciona inimigos e desafetos.
Um grupo formado por vinte e seis membros, dentre eles uma única mulher, Cecília Meireles, lançaram em 1932 um manifesto que teve larga repercussão em todo país e foi reproduzido na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos: O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Esse grupo, que desde a década de 20 vinha lutando pela renovação do ensino no país, dirigia-se ao povo e ao governador, assinalando que: “na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação”. Seguia-se uma série de considerações sobre as diversas reformas de ensino aprovadas pelo governo em diferentes épocas. Desenvolviam-se considerações sobre o processo educativo, destacando o conceito e os fundamentos da educação nova. Também se analisava o conceito moderno da universidade e o problema universitário no Brasil.
Os primeiros frutos resultantes das idéias pregadas no manifesto surgiram logo a seguir, sobretudo nas reformas do ensino no Distrito Federal, que contou com o precioso apoio de Anísio Teixeira no período de 1.934 a 1.935.
Em 1.933, Cecília encerra seu trabalho frente à Página da Educação. Cansada da perseguição que sofria, manifesta, em correspondência, seu “horror” ao jornalismo. No entanto, ela troca o Diário de Notícias pelo jornal A Nação, contratada sob a condição de não escrever sobre política.
A convite do governo português Cecília dá início a um período de viagens ao exterior. Reaparece no cenário poético após quatorze anos de silêncio com a publicação do livro A Viagem, em 1.939, considerado um marco de maturidade e individualidade na sua obra: recebeu o prêmio de poesia daquele ano da Academia Brasileira de Letras. Daí em diante dedicou-se à carreira literária, publicando regularmente até a sua morte. Vários de seus livros são inspirados nas muitas viagens que fez, viagens estas de grande significação, pois a autora extraiu do contato com gente, costumes e idiomas diferentes matéria de melhor compreensão da vida e da humanidade.
Faleceu no Rio de Janeiro a nove de novembro de 1.964, sendo-lhe prestados grandes homenagens públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura.
Sua poesia foi assim julgada pelo crítico Paulo Ronai: “Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia da língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo... A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea”.




















TEXTOS ESCRITOS SOBRE A EDUCAÇÃO


Em seu livro, Crônicas de Educação, são reunidos textos publicados no Diário de Notícias, do Rio de Janeiro, em uma coluna denominada “Comentário”. Os textos foram selecionados e agrupados em núcleos temáticos: Educação, política e religião; Nova Educação, Escola Nova, Escola Normal e ensino público – formação do magistério e qualidades do professor. Neste livro o pensamento de Cecília foi devidamente ordenado em centros de preocupação pedagógica, pensamento iluminado pelos princípios da Escola Nova, amplamente debatidos num período verdadeiramente áureo da educação brasileira.
























CONCLUSÃO

Cecília Meireles rompe tabus de uma era onde a mulher não participava da vida em sociedade e nos grandes acontecimentos do país.
Fora perseguida, enfrentou problemas financeiros, mas não desistiu da renovação educacional.
Apesar de ter convivido com várias mortes manteve-se consciente e sensível, escrevendo poemas que revelaram a alma feminina, sendo a precursora das conquistas femininas no país e um marco nas mudanças educacionais.


























REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MEIRELES, CECÍLIA. Crônica de Educação 3. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2001. 262 p.

NISKIER, ARNALDO. Educação Brasileira: 500 anos de história, 1500 – 2000. 2 ed. Rio de Janeiro, Consultor, 1995. 648 p.

INSTITUIÇÃO ESCOLAR

“As formas de educar e os fins da educação mudam com o tempo, de acordo com as exigências da sociedade em que vive”.
A instituição escolar surgiu na Antiguidade Clássica. Na sociedade primitiva não havia escola e a educação era exercida pelos membros que constituíam tal sociedade.
A escola surgiu da necessidade da transmissão do saber para um restrito grupo Exercia influência partilhada com a família, funcionando apenas como instrumento de ação educacional.
Os colégios funcionavam como disciplinador de crianças e utilizavam os castigos corporais de forma intensa.
“As escolas de destinavam à nobreza e à burguesia”.
Os pedagogos, ansiosos por mudanças nas práticas didáticas e ao conteúdo transmitido, reagiram à estrutura tradicional da escola. A partir da Revolução industrial houve a aceleração do processo de democratização do ensino com a reivindicação de escolas públicas gratuitas e obrigatórias, concedendo acesso às camadas não-privilegiadas da sociedade. .
A escola passa a assumir funções que antes eram da família, exercendo forte influência na formação das crianças e dos jovens. A escola passa a ser vista pelos teóricos como um agente transformador, permitindo a ascensão social e a criação de uma sociedade mais humana e democrática.
As críticas feitas à escola tradicional revelam a incapacidade desta em atender as necessidades de um mundo em constantes mudanças, surgindo daí novas alternativas na educação.
Na sociedade contemporânea a reflexão instigada pelos pedagogos permanece como um desafio: como superar a crise por que passa a nossa civilização caracterizada por um período de transição no qual o velho ainda não morreu e o novo não se apresenta com clareza.
Resta-nos saber que a escola não é compreendida fora do contexto socioeconômico em que está inserida e que por trás das decisões existem posições políticas e à medida que a sociedade contemporânea se torna mais complexa a escola adquire, cada vez mais, um papel insubstituível.

CONCEPÇÕES DE HOMEM

“A questão antropológica é a primeira que se coloca em qualquer situação vivida pelo homem”.
Para que a atuação do professor seja intencional é importante ter na sua práxis educativa a clareza da questão antropológica, rompendo definitivamente com a sua forma empírica, buscando compreender o conceito de homem voltado para a sua existência, tornando o aluno o centro do processo educativo.
As teorias antropológicas são várias, mas as três concepções que merecem enfoques são: metafísica, naturalista e histórico-social.
Na concepção metafísica há uma visão parcial do problema educacional, estando centrada no interior do indivíduo e nas formas ideais do que é o homem e como deve ser a educação.
Já na concepção naturalista há uma tentativa de adequar a metodologia das ciências humanas ao método das ciências da natureza, que se baseia na experimentação, no controle e na generalização.
Quanto à concepção histórico-social há um abandono das explicações essencialistas e estáticas, buscando o indivíduo como pessoa ou ser social, compreendendo melhor a interação entre sujeito e sociedade, inclusive ante as forças do poder.
Nesse sentido podemos compreender a importância da antropologia como orientadora do trabalho pedagógico.
“Muitos professores se encontram perplexos diante das classes cujos jovens eles não conseguem compreender. Novos objetivos, nova sensibilidade são desafios para a atuação dos educadores”.

Curso de Pedagogia no Brasil: História e Identidade

RESENHA CRÍTICA

SILVA CARMEM SÍLVIA BISSOLI DA. Curso de Pedagogia no Brasil: História e Identidade. 2 ed. Revista e Ampliada. Campinas: Autores Associados, 2002. 112 p.

Por: Ronicilda Stheomar de Carvalho

Carmem Sílvia Bissoli da Silva, professora e pedagoga, preside a Comissão de Estágio das Habilitações no Curso de Pedagogia. Seus estudos têm versado sobre as questões estruturais da educação brasileira, sobretudo no que se refere ao Curso de Pedagogia, sendo que, atualmente desenvolve tese a respeito dos cursos superiores de educação no Brasil.
A autora, preocupada com a situação do Curso de pedagogia no Brasil, escreveu este livro procurando demonstrar que a história do curso é a história da questão de sua identidade.
Carmem narra a trajetória do Curso de Pedagogia com o objetivo de esclarecer alguns problemas relativos à sua identidade, elegendo a estrutura curricular como foco de análise, considerando as regulamentações do curso , as indicações e as propostas que foram apontadas para a sua reformulação.
Examina a questão da identidade do Curso através de períodos, estabelecendo as análises das regulamentações, focalizando as propostas produzidas, com vista a oferecer elementos que contenham a origem da superação do problema para a formulação de conclusões sobre o assunto.
O texto é conciso, apresentado de forma lógica, coerente e sistematizada.
A linguagem utilizada pela autora é de difícil compreensão, exigindo do leitor conhecimentos sobre o assunto para melhor entendê-lo. É uma obra dirigida aos pesquisadores, estudantes do curso e pedagogos em geral.
Valeu a pena ter lido o livro, porque contribuiu para o meu entendimento sobre o Curso de Pedagogia, do qual tinha pouco conhecimento, principalmente sobre a legislação que o ampara.
O texto tem idéias originais, verdadeiras e criativas, com conhecimentos novos, amplos e abordagens diferentes, contribuindo no aprofundamento do assunto de interesse.
Recomendo a leitura do livro a todos os estudantes que pretendem optar pelo Curso de Pedagogia e para aqueles que estão inseridos no curso com o objetivo de está contribuindo para a formação de opiniões que possam engajar na luta pela definição da real ocupação do pedagogo, apresentando propostas claras e justificáveis.
Entendo que a regulamentação do exercício de uma profissão pressupõe definições claras quanto ao perfil deste profissional, em termos de áreas de atuação, habilidades e competências gerais, habilidades e competências específicas, etc. É aí que a autora, em sua obra, explica a real necessidade em relação à Pedagogia. A autora analisa, critica e questiona o tipo de profissional que o Curso de Pedagogia propõe regulamentar, através de um debate que se encontra "travado" nas diferentes instâncias que lidam com o curso de Pedagogia, que já discutiram as diretrizes curriculares para o curso, sem chegarem a um consenso razoável, e, sobretudo, dentro das próprias instâncias formadoras, não suficiente clareza acerca da identidade epistemológica da pedagogia, acerca do perfil do curso e do profissional por ele formado. Em sua obra questiona: afinal, o que é a pedagogia enquanto área de conhecimento e quem é o pedagogo como profissional.
Hoje, porém, já existem diferentes perfis de curso de pedagogia que lidam exclusivamente com determinadas áreas específicas (educação especial, psicopedagogia, etc).
Por isso, a autora na sua luta pela regulamentação da profissão inclui o debate em torno da identidade do curso, de modo a termos clareza acerca de quem somos, o que fazemos, onde podemos fazer e a nossa relação com os demais profissionais da educação. Devemos, portanto, nos mobilizar no sentido de pressionar as instituições formadoras, as diferentes entidades e instituições que discutem a formação do educador, assim como o Conselho Nacional de Educação no sentido de apressarem a definição de diretrizes curriculares para o curso de pedagogia que apontem direções claras em relação à formação e ao exercício profissional do pedagogo. Assim, teremos elementos mais seguros e consistentes para aprofundar a luta pela regulamentação da profissão, sob pena de, ao fugirmos desse debate, comprometermos o próprio futuro da pedagogia, em termos dos espaços de formação e do exercício profissional.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O QUE É INTERSUBJETIVIDADE DENTRO DA CONCEPÇÃO ENSINO-APRENDIZAGEM?

A subjetividade é o mundo interno de todo e qualquer ser humano. Este mundo interno é composto por emoções, sentimentos e pensamentos. Através da nossa subjetividade construímos um espaço relacional, ou seja, nos relacionamos com o "outro". O campo da educação se tece no diálogo com demais saberes.“Educar é saber lançar no chão fértil do outro-meu aluno, meu companheiro, alguém com quem dialogo, saberes, sonhos, e valores - a semente que adiante faça germinar em seu coração o desejo de partilhar com os outros o diálogo da construção de um mundo de justiça, de igualdade e liberdade.” (BRANDÃO 1995, s/p). Esta educação, que o autor comenta, serve para reconstruir o ser humano, a partir dele próprio, em contato com o outro, com a intenção de assim possibilitar sua libertação. E sendo no processo de auto-reconstrução o momento de reconstrução da consciência, da cidadania e do desenvolvendo dos valores coletivos inerentes ao convívio social. Sabemos que, a educação se torna um processo educativo e diretivo a medida que passamos a ressignificar a vida humana, dando novos sentidos, possibilitamos novas releituras de acontecimentos antes vistos, vividos e sentidos pelos sujeitos do processo. Partindo do fato de que o campo da educação se tece no entrelaçamento com outros saberes, a intersubjetividade torna-se uma condição necessária para, o processo de ensino-aprendizagem e uma constituição subjetiva criativa. A possibilidade da educação ser um espaço de criação, contraposta à “apatia” e à violência que predominam nos processos de subjetivação contemporâneos, nos quais pode-se afirmar existir um extremo individualismo, a atenção deve está voltada para a construção da intersubjetividade como fundamental para o processo de ensino-aprendizagem. Isto pode ser visto nas referências de Vygotski nas suas referências à “zona de desenvolvimento proximal”, em que o professor é um mediador/interlocutor no desenvolvimento e aprendizagem do aluno. Com ele podemos concluir que é o grupo cultural ao qual o indivíduo pertence que lhe fornece formas de perceber e organizar
o real. Isto, contudo, sem deixar de assinalar que o indivíduo está num processo de criação e de interpretação contínuas. O conhecimento, por sua vez, deve
ser entendido como produzido na relação professor/aluno, o que nos distancia tanto do perigo de incorporação de uma dada teoria, como se fosse a resposta última para nossas questões, quanto de uma concepção tecnicista, voltada para estatísticas e metas a serem atingidas de forma pré-estabelecidas (ROCHA, 2001). Reflexões neste sentido, que concebam uma construção de conhecimento na relação aluno/professor, ou uma construção intersubjetiva criativa a partir de uma dada interação, torna o espaço educacional um lugar de criação na medida em que permita autonomia e autocriação do aluno e do professor. O importante, é trabalhar na direção de se pensar o espaço educacional através das questões da responsabilidade e do reconhecimento mútuo que permitam sujeitos de ação e de criação. A Escola, para além de reproduzir o estabelecido ou a “ideologia dominante”, pode ser transformadora,
proporcionando inclusive cidadãos mais conscientes e críticos, capazes de transformarem a si mesmos e o meio em que vivem. O espaço educacional pode ser espaço de criação, portanto, se estiver menos voltado para a transmissão de conteúdos e para uma relação hierárquica frente ao conhecimento, e mais direcionado para uma aprendizagem que seja intersubjetiva e dialógica. Assim, o espaço educacional pode ser visto como mobilizador de nossas potencialidades de vida, na qual se criam novos sentidos para as práticas pedagógicas, o que nos faz sair
da posição de apatia tão característica de nossa narcísica sociedade contemporânea. Esta sociedade passa a mensagem de que tudo depende exclusivamente da criatividade e do empenho de cada um, o que faz crescer o sentimento de responsabilidade, porém vivida de uma forma individual. Nesse novo contexto, se os indivíduos não
alcançam aquilo que um dia se achavam capazes de alcançar, uma reação possível é a incapacidade do indivíduo de agir, de criar, de progredir, ou seja, acaba por individualizar o ensino/aprendizagem e seu possível fracasso. O papel da Escola é
reverter as questões do individualismo, transformando os envolvidos no processo para uma nova abordagem de ensino-aprendizagem, visando a participação dos alunos nos trabalhos em grupos, desenvolvendo a prática da pesquisa, conciliando-a aos novos métodos da tecnologia, isto é, construindo um processo de intersubjetividade. Privilegiando este tipo de encaminhamento, a Escola poderá participar da construção de sujeitos mais ativos, posto que a partir de determinadas maneiras de interação, um
novo sentido e uma nova ação no mundo poderão advir. É claro que ela por si não pode transformar a sociedade da qual é apenas um elemento, entretanto, é o espaço no qual essa transformação deve ser operada. Faz-se necessário a mudança do ponto de vista da comunidade escolar para as transformações das práticas educativas, em que o aluno torna-se sujeito da história e o professor o mediador da compreensão da visão de mundo que o aluno tem. Os cursos de formação continuada é uma estratégia que beneficiará a transformação do sistema educacional, proporcionando um a educação de qualidade para todos.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

FORMANDO CRIANÇAS PRODUTORAS DE TEXTOS: O TEXTO JORNALÍSTICO NA ESCOLA

I – INTRODUÇÃO

A questão da leitura no Brasil: “brasileiros lêem pouco” ou “brasileiros lêem mal”, está ultrapassando as paredes da escola, saindo dos limites das discussões de educadores e começa a aflorar a mídia e a tornando-se preocupação de outros profissionais enunciando sinais de que a situação está chegando ao limite do tolerável e não pode mais ser ignorada.
O fato é que em nosso País, somos extremamente desiguais em relação ao acesso à escrita. Entretanto, não temos ido além da busca de “culpados” e a interpretação do problema sem as quais é impossível encontrar suas causas e, consequentemente suas soluções, acabam por ficarem esquecidos.
A língua escrita é uma barreira que exclui muitas pessoas. Esse fato aumenta ainda mais a responsabilidade da escola em formar leitores, ou seja, a escola deve formar um leitor-cidadão, que pelo domínio da leitura, continuará aprendendo por si mesmo, independentemente do professor, saberá utilizar a língua escrita para se fazer ouvir em várias situações de vida; terá capacidade para se situar criticamente em frente às propagandas em qualquer tipo de mídia.
“A leitura é essencial para não continuarmos no silêncio ao que por vezes somos reduzidos”. (Kleiman – IEL/UNICAMP)
A escola tem que dar ao aluno a instrumentalização para que ele continue aprendendo autonomamente, no seu ritmo, a partir dos seus interesses, lendo aquilo que precisa. Isso é difícil, porque a escola trabalha com programas e currículos voltados a um aluno “médio”. Trazer os interesses individuais é impossível, se pensarmos apenas em termos de currículos escolares, de programas que têm que ser cumpridos, sem nos importarmos se o aluno entendeu, se ele leu ou não leu. Por exemplo, o programa exige que, no ensino fundamental, o aluno leia alguns clássicos literários, no entanto nos deparamos com um ou outro aluno que não está sequer alfabetizado. Então, nesse caso, vamos continuar com o nosso programa de leitura dos clássicos ou vamos alfabetizar e ler para os alunos, a fim de motivá-los para a leitura? Por isso que a leitura é essencial. Uma vez ensinado a habilidade instrumental da leitura para os alunos, eles terão a possibilidade de continuar aprendendo, de acordo com seus próprios objetivos, interesses e ritmos de aprendizagem.
Causa espanto o porquê de um aluno não entender a palavra escrita, já que ele entende tão bem a oralidade, percebendo e fazendo relações significativas quando assiste a novelas, quando conversa com os pais ou com os amigos. Ele é capaz de tecer relações entre diversos assuntos, mas é absolutamente incapaz de fazer isso quando a linguagem está impressa, ou seja, escrita. Ele consegue fazer inferências sobre seu mundo a partir do que lê sabe, mas quando se trata de fazer inferências com bases em pistas lingüísticas que estão escritas, não consegue fazer nenhuma, ele não compreende.
O aluno é capaz de relacionar, inferir, fazer analogias na fala, mas com a escrita isso não ocorre. Por que isso? Essa é uma questão central para todos os educadores, porque todos trabalham com a escrita nas suas disciplinas. Em toda atividade lingüística, nós procuramos sentido no que o outro está falando ou naquilo que ele está querendo fazer, porém quando se trata de língua escrita, o aluno não tenta entender o que o autor está querendo dizer, fica como se a procura de sentido não fosse relevante.
A leitura tem sido considerada uma atividade cognitiva por excelência. Isto porque ela envolve os processos mentais para inferir, para usar conhecimentos com o objetivo de entender, para perceber elementos em jogo numa situação e assim sucessivamente. Do ponto de vista cognitivo, a leitura exige que todas as competências, que todas as capacidades sejam acionadas para a compreensão de um texto. O aluno precisa utilizar o raciocínio dedutivo para ler nas entrelinhas. Ele precisa utilizar o raciocínio indutivo para predizer, para antecipar o que será dito. Ele precisa fazer relações. Todas são capacidades que um leitor aciona quando está lendo.
Para além das questões de ordem cognitiva, a leitura tem que ser pensada como uma prática social, porque ensinar a ler e a escrever é um processo de inserção do aluno nas práticas de uso da escrita – leitura e produção de textos valorizados pela sociedade. Então, ensinar os alunos a aprender a ler e a escrever é inseri-los nas práticas culturais que são legitimadas pela sociedade. Portanto, a leitura é um processo social, é uma prática sociocultural que envolve questões de natureza social. E para participar de uma prática social, temos que saber como é que funcionam os textos na sociedade, como é que as instituições trabalham com os diferentes tipos de textos. Não apenas os textos didáticos, mas também os textos da repartição pública, da igreja, da casa, os textos do cotidiano, da mídia, das instituições científicas, jornalísticas, enfim, de todas as instituições, que têm suas práticas sociais e as suas maneiras diferentes de organizar suas escritas, de produzir e de fazer circular textos.
O currículo escolar deve fornecer ao aluno espaço para que ele entenda o mundo de forma não-fragmentada e isso pode ser conseguido por meio de projetos interdisciplinares e transversais que atravessam as diversas disciplinas e que, ao mesmo tempo em que rompem à fragmentação, mantêm os limites do conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico (epistemiologia) de cada disciplina.
É muito difícil pensar em projetos dessa natureza levando em consideração apenas o livro didático. Quando trabalhamos somente com o livro didático, este geralmente levanta fronteiras rígidas entre as disciplinas. Consequentemente estaremos desperdiçando a oportunidade do aluno se abrir para outras possibilidades, para criar, para se aventurar por outros caminhos de leitura.
Discursivamente, a escola afirma a toda hora que a leitura é uma atividade básica, essencial e importante, mas, na prática, a leitura fica reduzida à aula do professor de língua portuguesa e à leitura de trechos do livro didático.
Para a leitura se transformar num direito de todos, temos que pensar em caminhos que permitam um tratamento diferenciado. Para atingir essa finalidade, o jornal é essencial. Em termos de língua escrita, no jornal encontramos notícias, editoriais, cartas do leitor, programas, programações, classificados, anúncios. Pelo fato de ser acessível a um grande número de leitores, o jornal pode ser o início de um trabalho importante para formar leitores.
Há uma tendência geral no jornalismo nacional de utilizar muitos recursos diferentes para contribuir para a função didática da matéria. Não é um texto para ensinar, como é o texto didático, mas é um texto que visa ajudar o leitor a entender o que está sendo dito: apresentam encarte geográfico, glossário temático, fotos, diagramas, tabelas e outros recursos de apoio à compreensão, de modo que o leitor possa entender a notícia.
É importante lembrar que o texto jornalístico já faz parte de muitos livros didáticos, que tentam se adaptarem às sugestões dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Neste sentido, o texto de jornal inserido numa unidade do livro didático de Língua Portuguesa não é o gênero jornalístico que faz parte da prática social de leitura do jornal, porque o texto extraído do jornal, no livro didático, até em virtude das características de produção, publicação e impressão do livro, já nasce mal desenvolvido, atrofiado e rudimentar. Dessa forma, é essencial pensar no ensino do texto jornalístico como parte integrante de uma prática social de leitura, de um jornal do dia, com matérias correntes e relevantes, não ultrapassadas e, por isso, irrelevantes.
Os gêneros jornalísticos, ao contrário dos textos extraídos de jornal inseridos no livro didático, serão, por definição, sempre atuais. Dessa forma, serão mais fáceis de entender, porque há um conhecimento já presente, cumulativo, porque o aluno está participando daquilo que acontece no dia-a-dia, daquilo que é comentado na rua, nos telejornais e assim por diante. Especificadamente, a compreensão vai ocorrendo cumulativamente, com base na elaboração de texto literário, absorção e transformação de uma multiplicidade de outros textos, e essas diversas versões são fatores extremamente importantes para a compreensão do leitor. Quando mais soubermos e quanto mais lermos textos que falem sobre um mesmo assunto, mais ricas ficarão nossas leituras e maiores serão as nossas possibilidades de fazer relações, comparações, inferências, enfim de chegar à compreensão do texto.
A leitura do jornal é uma prática social, como também o é a leitura do livro didático. Entretanto, jamais um texto didático, mesmo que seja formado somente por gêneros jornalísticos, vai suprir ou substituir uma prática de leitura de jornal. Somente o jornal na escola não basta. O que temos que fazer é inserir o aluno na prática social de leitura de jornal, por isso os textos jornalísticos devem ser âncora para os projetos interdisciplinares, tendo a leitura como atividade central.
Temos que usar o jornal na escola para a vivência e o domínio de diversas práticas sociais. Assim, estaremos operacionalizando uma prática de ensino de leitura que realmente prepara o aluno para precaver-se e acautelar-se neste mundo que muda tão rapidamente e que exige tanto de nós do ponto de vista da leitura. Um mundo repleto de novas tecnologias e, ao mesmo tempo, tão desigual em termos de distribuição de conhecimento.
Engajados no objetivo principal de conceber um projeto que possibilite a importância da leitura para a vida social na direção de discussões recentes sobre as práticas de letramento na escola, desenvolveu-se o projeto que tem como tema “o texto jornalístico na escola”.

II – OBJETIVO GERAL
• Desenvolver as competências e as habilidades de interação oral e escrita em função e a partir do grau de letramento que o aluno traz de seu grupo familiar e cultural, utilizando como meio de ensino-aprendizagem o texto jornalístico.

III – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Propiciar aos alunos um trabalho com um gênero de texto de grande relevância na sociedade, permitindo-lhe a interação com tipos de escritas diferentes dentro do espaço escolar;
• Construir uma postura critica e reflexiva diante do jornalismo;
• Sistematizar alguns pressupostos teóricos relacionados aos processos de leitura e de escrita de textos jornalísticos, organizados em tornos dos diversos componentes da língua, discursivo, semântico e gramatical;
• Praticar leitura nos espaços escolares da sala de aula e da biblioteca;
• Produzir textos de acordo com as sessões jornalísticas, como aprimoramento da fala, escrita e leitura;
• Aperfeiçoar as competências e as habilidades do aluno enquanto falante, leitor e escritor de diversos tipos de textos, no intuito de capacitar o aluno para relacionar, inferir, fazer analogias.

IV – METODOLOGIAS

Durante o projeto serão desenvolvidas as seguintes atividades:
• Visita à edição do jornal da cidade para motivação e melhor compreensão dos objetivos propostos;
• Orientação de práticas, por meio de contato direto com o jornal, para crianças em oficinas de leitura e contação de história e de estratégias de organização e utilização dos textos jornalísticos escritos.
• Estruturação e discussão teórica de textos sobre o tema, refletindo sobre a função da atividade jornalística.
• Explicação das diversas concepções em relação ao ensino-aprendizagem da leitura e da escrita a partir dos textos jornalísticos;
• Conhecimento das várias sessões que compõem um jornal;
• Percepção dos vários tipos de textos que abrigam as sessões jornalísticas;
• Características que são comuns a estes textos e que servem para individualizá-los;
• Objetivos específicos de comunicação de cada sessão do jornal;
• Como construir um texto jornalístico;
• Quais as regras que convém ser respeitadas antes da redação de qualquer artigo;
• Regras de construção de um texto jornalístico: a estrutura, a técnica, a titulação, o subtítulo, o intertítulo, as ilustrações e as legendas, o fim do artigo e as assinaturas;
• Destaque das sessões de textos jornalísticos, identificando-as de acordo com as categorias que as compõem;
• Produção de textos jornalísticos de acordo com cada categoria, que deverá ser sorteada entre os grupos, tendo como tema: “III Onda Científica produzida pelo Campus UNIPAC/Bom Despacho”.


V – META

Ensino-aprendizagem de produção de textos, através de jornais, tendo a leitura como atividade central, como prática social, fornecendo ao aluno espaço para que ele entenda o mundo como um todo, evitando a sua fragmentação, de modo a manter os limites do conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico (epistemiologia) de cada disciplina.

VI – CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES:

ATIVIDADES MARÇO ABRIL MAIO

Visita à edição do jornal da cidade para motivação e melhor compreensão dos objetivos propostos.

Orientação de práticas, por meio de contato direto com o jornal, para crianças em oficinas de leitura e contação de história e de estratégias de organização e utilização dos textos jornalísticos escritos.

Estruturação e discussão teórica de textos sobre o tema, refletindo sobre a função da atividade jornalística.

Explicação das diversas concepções em relação ao ensino-aprendizagem da leitura e da escrita a partir dos textos jornalísticos.

Conhecimento das várias sessões que compõem um Jornal.


Características que são comuns a estes textos e que servem para individualizá-los.Objetivos específicos de comunicação de cada sessão do jornal.

Como construir um texto jornalístico.

Quais as regras que convém ser respeitadas antes da redação de qualquer artigo e as
regras de construção de um texto jornalístico: a estrutura, a técnica, a titulação, o subtítulo, o intertítulo, as ilustrações e as legendas, o fim do artigo e as assinaturas.

Destaque das sessões de textos jornalísticos, identificando-as de acordo com as categorias que as compõem.

Produção de textos jornalísticos de acordo com cada categoria, que deverá ser sorteada entre os grupos, tendo como tema: “III Onda Científica produzida pelo Campus UNIPAC/Bom Despacho”.


VII – PERÍODO DE REALIZAÇÃO: de março a maio de 2009
DURAÇÃO DO PROJETO : 3 meses
APRESENTAÇÃO E AVALIAÇÃO FINAL: 10 aulas

VIII – RECURSOS:
1. MATERIAIS: jornais, papel kraft, papel fantasia, pincéis, lápis, borracha, cola.
2. TECNOLÓGICO: data show.
3. HUMANOS: professor, alunos, profissionais ligado ao assunto.

IX – PRÉ-REQUITOS:
• Sensibilização e mobilização dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental na compreensão da relação entre a fala, a escrita e a leitura.

X – SÍNTESE E DOCUMENTAÇÃO:
• Visita a uma redação de jornal.
• Contato com diversos tipos de jornais.
• Levantamento de dados para compreensão da confecção de um jornal.
• Entendimento dos textos que compõem um jornal.
• Identificação das categorias dos textos jornalísticos.
• Produção de textos de acordo com cada categoria.

XI – AVALIAÇÃO
• Interação dos grupos de trabalho;
• Interesse pelo assunto;
• Participação;
• Utilização do raciocínio dedutivo para ler nas entrelinhas;
• Utilização do raciocínio indutivo para predizer, para antecipar o que será dito.
• Construção de relações quando está lendo.
• Atendimento à modalidade textual solicitada, elaborando textos de acordo com as diversas sessões do jornal;
• Desenvolvimento dos temas propostos mantendo a coerência textual;
• Segmentação do texto de acordo com sua especificidade;
• Emprego dos mecanismos básicos de concordância nominal e verbal;
• Domínio relativo da ortografia, da acentuação e da pontuação;
• Construção da postura critica e reflexiva diante do jornalismo;
• Participação de forma integral na elaboração dos textos propostos, como aprimoramento da relação entre a fala, a escrita e a leitura.

XII – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao receber um aluno, o professor precisa analisar o que ele já sabe fazer sozinho e o que necessita de ajuda para fazer.
O compromisso primeiro do professor é auxiliar o aluno a tornar-se um leitor autônomo e um produtor competente de textos.
Os estudantes devem ser expostos a todos os tipos de textos: a notícia, a receita de cozinha, a publicidade, os textos dos manuais técnicos, os textos das bulas de medicamentos e todos os demais portadores de textos.
Temos consciência que no ensino da língua materna o texto mais importante é o literário, no entanto, constamos que a língua escrita tem sido uma barreira que exclui muitas pessoas, porque aprender a interpretar é decifrar os mistérios do seu mundo particular, é ler entrelinhas e tirar mensagens que nem sempre estão explícitas no texto em questão.
A escola deve ter como função primordial a formação de leitores-cidadãos, que pelo domínio da leitura, continuarão aprendendo por si mesmos, utilizando a língua escrita para se fazerem ouvir em várias situações de vida, desenvolvendo capacidades para se situarem criticamente frente aos acontecimentos sociais.
O currículo escolar deve ser formado por um processo de alfabetização associado ao sentido da leitura crítica da realidade, possibilitando ao educando a compreensão do seu conhecimento como um instrumento de coragem para a luta de seus ideais, para a conquista do direito de dizer a sua palavra.





PLANEJAMENTO DE AULAS UTILIZANDO COMO MEIO DE APRIMORAMENTO DA FALA, DA ESCRITA E DA LEITURA O TEXTO JORNALÍSTICO


I – OBJETIVO GERAL
• Desenvolver as competências e as habilidades de interação entre a oralidade, a escrita e a leitura, em função e a partir do grau de letramento que o aluno traz de seu grupo familiar e cultural, utilizando como meio de ensino-aprendizagem o texto jornalístico.

II – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Propiciar aos alunos um trabalho com um gênero de texto de grande relevância na sociedade, permitindo-lhe a interação com tipos de escritas diferentes dentro do espaço escolar;
• Construir uma postura critica e reflexiva diante do jornalismo;
• Sistematizar alguns pressupostos teóricos relacionados aos processos de leitura e de escrita de textos jornalísticos, organizados em tornos dos diversos componentes da língua, discursivo, semântico e gramatical;
• Praticar leitura nos espaços escolares da sala de aula e da biblioteca;
• Produzir o jornal na escola, como aprimoramento da leitura e da produção de textos;
• Aperfeiçoar as competências e as habilidades do aluno enquanto escritor e leitor de diversos tipos de textos.

III – ATIVIDADES

Visita à edição do jornal da cidade com o objetivo de motivar os alunos para o projeto na expectativa de favorecer os resultados esperados.
Visitamos o prédio do Jornal da cidade de Abaeté - “O NOSSO JORNAL”. Nesta visita tivemos como informação que durante décadas, a máquina de escrever, ou seja, a máquina de datilografia foi símbolo do jornalismo. A jornalista, Cristiane, nos relatou que o produto da atividade jornalística é geralmente materializado em textos, que recebem diferentes nomenclaturas de acordo com a sua natureza e objetivos. Uma matéria é o nome genérico de textos informativos resultantes de apuração, incluindo notícias, reportagens e entrevistas e que um artigo é um texto dissertativo ou opinativo, não necessariamente sobre notícias, e nem necessariamente escrito por um jornalista. Mostrou-nos como é reproduzido o jornal e nos apresentou os diversos tipos de texto jornalístico: notícia, chamada, opinião, editorial, artigo, crônica, nota, texto-legenda. Esclareceu-nos que para produzir suas reportagens tem que está em constante contato com a sociedade e correr muito atrás das informações necessárias e de interesse do público, para que o jornal se torne uma fonte de prioridade da informação para o leitor. O jornal é digitado e revisado por ela mesma, mas é reproduzido em Belo Horizonte.

Orientação de práticas, por meio de contato direto com o jornal, para crianças em oficinas de leitura e contação de história e de estratégias de organização e utilização dos textos jornalísticos escritos.
O professor deverá levar para a sala de aula tantos jornais quanto forem o número de alunos da sala, de preferência jornais com datas recentes. Convidar os alunos para se sentarem no chão em forma de círculo, pedindo para que eles folheiem o jornal identificando os diversos assuntos nele descritos e falar o que mais lhe chamaram atenção. O professor deverá registrar todas as opiniões dos alunos para posterior debate e discussão, contribuindo no auxílio às dúvidas e incentivando-os através de algumas argumentações.

Estruturação e discussão teórica de textos sobre o tema, refletindo sobre a função da atividade jornalística.
A função do jornal é basicamente a comunicação. É um dos meios mais rápidos de ficarmos informados, a respeito do que acontece no mundo, quase que na mesma hora em que ocorre o fato. Dentro do jornal há várias sessões, que por sua vez abrigam vários tipos de textos. A nomenclatura dos textos normalmente é dada de acordo com as suas características e seus objetivos específicos de comunicação. Normalmente esses textos têm caráter informativo. Genericamente os textos que se apresentam nos jornais são chamados de “matéria”. As informações são apresentadas em ordem decrescente de importância ou relevância, seguindo assim uma técnica chamada de pirâmide invertida, ou seja, a base do texto conteúdo mais importante fica em cima e o conteúdo mais superficial, chamado de ápice, fica embaixo. O conjunto de técnicas e procedimentos específicos para a atividade de redação jornalística é chamado de técnica de redação. As matérias apresentam, quase sempre, relatos de pessoas envolvidas no fato, que servem tanto para legalizar as afirmativas do jornal quanto para provocar no leitor a identificação com um personagem. Na enunciação de palavras confusas que caracteriza certos tipos de desordens da linguagem, como a suspensão de pronunciamento referente à verdade ou à falsidade de qualquer coisa, os depoimentos destes personagens chamam-se aspas. Apesar das matérias serem geralmente escritas em estilo resumido e objetivo, devem ser revisadas antes de serem publicadas. O profissional que exerce a função de revisão, hoje figura rara nas redações, é chamado de revisor.

Explicação das diversas concepções em relação ao ensino-aprendizagem da leitura e da escrita a partir dos textos jornalísticos.
O aluno deverá conhecer o jornal, de forma minuciosa, desde as publicações em sua primeira folha, que constitui os avisos especiais e carregam o conteúdo mais profundo da matéria: as principais informações. Essa publicação da primeira folha é usada para que as pessoas possam ter acesso fácil e rápido à informação e tenham a oportunidade de selecionar as matérias que realmente lhes interessam para prosseguir com a leitura. Geralmente o título da matéria é baseado no seu primeiro parágrafo. Os textos que compõem o jornal possuem linguagens diferenciadas, concedendo ao aluno o contato com os mais variados tipos de textos na forma escrita e de grande relevância na sociedade, construindo-lhe uma postura critica e reflexiva da fala, da escrita e da leitura, através do jornalismo.

Conhecimento das várias sessões que compõem um jornal
O chamado das matérias que estão contidas no jornal, em sua primeira página; artigo; opinião; notícias; editorial; reportagem; nota; crônica; texto-legenda.

Percepção dos vários tipos de textos que abrigam as sessões jornalísticas.
Neste momento o professor deverá pedir aos alunos que façam o reconhecimento das sessões jornalísticas, com o objetivo de sistematizar alguns pressupostos teóricos relacionados aos processos de leitura e de escrita de textos jornalísticos, verificando se está havendo entendimento do que está sendo estudado. É necessário que o professor faça algumas observações quanto à organização dos jornais, principalmente os jornais diários que possuem sua organização em cadernos. Além de fazer a observação o professor poderá levar jornais para os alunos visualizarem os diferentes tipos de organizações.

Características que são comuns aos textos jornalísticos e que servem para individualizá-los, de acordo com os objetivos específicos de cada sessão do jornal.
Notícia – caracteriza-se pela linguagem direta e formal. Tem caráter informativo e é escrito de forma impessoal, frequentemente fazendo uso da terceira pessoa. Inicia-se com o assunto principal no primeiro parágrafo e se segue com o corpo da notícia. Enquanto no primeiro parágrafo estão registradas as principais informações do fato, no corpo estão presentes os detalhes (relevantes ou não), as causas e as conseqüências dos fatos, como, onde e com quem aconteceu, e a sua possível repercussão na vida das pessoas que estão lendo. Pode ter ou não um público alvo e a linguagem poderá ser adaptada para um melhor entendimento, de acordo com o público que queira atingir.
Editorial – não é exatamente um tipo de texto, mas uma sessão do jornal que possui textos selecionados e agrupados através de seu conteúdo, público ou objetivo. Os jornais são divididos em vários editoriais que podem ou não estar encadernados separadamente. Entre os editoriais mais comuns estão: política, economia, cultura, esporte, turismo, pais, cidade, classificados, coluna social, charges, propaganda e publicidade.
Reportagem – tem por sua essência a descrição e a caracterização de eventos. Para isso a reportagem conta com algumas perguntas que, ao serem respondidas, servirão para melhor estruturação da reportagem: O quê? Como? Quando? Onde? Por quê? Quem?
Nota – texto curto composto apenas pelo primeiro parágrafo. Normalmente trata de algum assunto de fácil compreensão e assimilação e que seja do interesse do leitor. Algo que já tenha sido noticiado ou que não possui detalhes relevantes para serem descritos.
Crônica – texto que registra uma observação ou impressão sobre fatos cotidianos, pode narrar fatos reais em forma de ficção.
Artigo – texto eminentemente opinativo, e geralmente escrito por colaboradores ou personalidades convidadas (não jornalistas) que escreve sobre o seu modo de ver, de pensar e de deliberar sobre algum assunto de interesse público.
Chamada – texto muito curto na primeira página ou capa que expõe a totalidade da matéria contida nas páginas interiores do jornal.
Texto-legenda – texto curto que acompanha uma foto, descrevendo-a e adicionando a ela alguma informação, mas sem matéria à qual faça referência.

Como construir um texto jornalístico
A construção de um texto jornalístico não dispensa a criatividade de quem o redige, mas fixa-se numa técnica própria.
Algumas regras que convém respeitar antes da redação de qualquer artigo:
• Antes de escrever convém procurar documentação, acumular informações precisas apoiadas em fatos;
• Não hesitar em investigar no local, em vez de somente procurar informações;
• Preparar um plano;
• Definir a finalidade da comunicação, determinar a importância da informação para o leitor alvo;
• Indicar, numerando, as principais idéias a desenvolver e anotar brevemente a conclusão que pode ser tirada dessas idéias.

Quais as regras que convém ser respeitadas antes da redação de qualquer artigo?
O texto jornalístico inclui um título que corresponde ao primeiro ou aos dois primeiros parágrafos do texto e o corpo do texto, que desenvolve os elementos informativos referidos no título. O título e o ante título, a entrada, os subtítulos e a fotografia constituem momentos dessa construção, que deverá ter unidade, coerência e eficácia informativa.

Regras de construção de um texto jornalístico: a estrutura, a técnica, a titulação, o subtítulo, o intertítulo, as ilustrações e as legendas, o fim do artigo e as assinaturas:
Nas notícias, o titulo, como regra, deverá responder às seguintes perguntas:
• O quê (a resposta relata o que aconteceu, está a acontecer ou acontecerá)
• Quem? (a resposta indica os agentes da ação)
• Quando? (a resposta refere o momento do acontecimento)
• Onde? (a resposta aponta o local do acontecimento)
• Como? (a resposta menciona as circunstâncias do acontecimento)
• Por quê? (a resposta releva as razões do acontecimento)
O título – criar título não é tarefa fácil. São poucos os jornalistas que iniciam um artigo pelo título. Na maioria das situações, os jornalistas optam por escrever a matéria e só no final lhe concede o título.
O subtítulo – como os títulos não podem ser demasiadamente longos e pode precisar informação que ficou menos clara no título. O subtítulo é usado para acrescentar algum elemento informativo que o título não pode contar.
O intertítulo – é um elemento muito útil quando se pretende mudar de assunto dentro do mesmo texto. Permite igualmente “arrumar” a informação de forma a facilitar a leitura.

“Ilustrações e legendas”
• As fotografias e as legendas devem ser suficientes para fornecer uma informação mínima, essenciais ao texto, numa interação conjugada e devem fazer referencia à fonte, no caso de não serem originais.

“O fim do Artigo”
• O fim é a parte mais importante de um texto jornalístico. O título devendo ser bom para cativar o leitor, o fim tem de ser suficientemente interessante para não o desapontar. É importante que ele esteja de acordo com o resto do texto e que satisfaça o leitor, dando-lhe a sensação de missão cumprida.

“Assinaturas”
• A assinatura de um texto deve refletir de forma rigorosa a sua autoria. Se há mais de uma participação para um dado texto, a ordem de assinatura deve refletir a contribuição de cada um dos autores. Nos textos escritos em parceria, a ordem das assinaturas deve ser alfabética, pelo apelido sempre ao mesmo nível de relevância.

Destaque das sessões de textos jornalísticos, identificando-as de açodo com as categorias com os compõem.
O professor deverá dividir a turma em grupos. Cada grupo receberá um jornal completo. Nas paredes da sala deverão ser colocados quadros de molduras construídos com papel kraft identificados com as sessões do texto jornalístico. O professor deverá solicitar que cada grupo destaque do jornal um texto de acordo com as sessões identificadas nos quadros de molduras, colando-as nos respectivos quadros.

Produção de textos jornalísticos de acordo com cada categoria, que deverá ser sorteada entre os grupos, tendo como tema: “III Onda Científica produzida pelo Campus UNIPAC/Bom Despacho”.
Sortear entre os grupos os tipos de textos jornalísticos e pedir que cada grupo reproduza um texto de acordo com a categoria sorteada, observando o tema solicitado.

Resultados esperados:
No final do projeto os alunos conseguiram atingir os objetivos propostos e a realizar as tarefas finais: destaque das sessões de textos jornalísticos, identificando-as de acordo com as categorias que as compõem e a produção de textos jornalísticos de acordo com cada categoria tendo como tema: “III Onda Científica produzida pelo Campus UNIPAC/Bom Despacho”?

POR UMA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA COMO INTERSUBJETIVIDADE

RESENHA

MEDEIROS, Cleide Farias de – Texto adaptado do 5º capítulo da dissertação de mestrado Educação matemática: discurso ideológico que a sustenta, apresentada à PUC/SP, em 1985.

Por: Ronicilda Stheomar de Carvalho


Cleide Farias de Medeiros possui graduação em Ciências, habilitação em Matemática pela Universidade Católica de Pernambuco, mestrado em Psicologia da Educação pela PUC de São Paulo e doutorado em Ciências Matemática pela Leeds Metropolitan Universaity. Atualmente é professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Tem experiência na área de Matemática e Resolução de Problemas.
Sua preocupação em torno da Educação Matemática é decorrente da observação aluno/professor de Matemática no cotidiano da vida escolar. Sua insatisfação ao baixo desempenho conseguido pelos alunos nas avaliações tradicionalmente utilizadas demonstra uma angústia aos estudos de Matemática, fato este que motivou a autora a dissertar sobre o tema.
Inicia o texto fazendo uma advertência quanto ao lugar de primazia ocupado pela ação prática, deixando “um pensar no que é essencial”, em segundo plano, sem a devida atenção merecida.
Refletindo sobre o passado vivido na Matemática, situa o seu ensino, vendo a necessidade da construção de uma Educação Matemática necessária, crítica e libertadora, fundada na intersubjetividade, num contexto que abranja tanto o ato cognitivo quanto a relevância social do ensino da Matemática como ato político. E explica que a Educação Matemática, enquanto ato político, deve contribuir para a construção de uma sociedade em que os valores humanos de justiça econômica, de democracia com o exercício das consciências e de autonomia na produção do conhecimento superem os antigos e respectivos valores de paternalismo econômico, de controle hegemônico movido pela propaganda ideológica e do consumismo do saber pronto.
Estabelece comparações entre as abordagens tradicional e construtivista do ensino da Matemática situando aluno/professor, ensino/aprendizagem, conteúdo/metodologia dentro de um saber científico, de uma realidade social.
Ao relatar a abordagem tradicional expõe que a Matemática foi ensinada sem levar em consideração quem pretendia aprender: o aluno. No ensino-aprendizagem os alunos eram tidos como iguais e as avaliações não levavam em considerações as diferenças existentes entre um aluno e outro. O conteúdo era transmitido sem nenhuma referência à história de sua construção. Professores e alunos agiam sem uma clara percepção do significado de suas ações. Havia uma maneira rotineira de seu ensino reduzido à exposição de conteúdos e à resolução de problemas-modelo. O aluno era considerado uma tábula-rasa, desprovido de conhecimentos e dependente do professor. O professor tido como um mero transmissor de conhecimentos.
Medeiros, então, propõe uma mudança no ensino da Matemática, partindo do esgotamento da ideologia existente a respeito do aprender e do ensinar, transformando o ato educativo em ato de comunicação. Para que a compreensão do conhecimento matemático se realize é necessário pensar a Educação Matemática como comunicação entre quem ensina e quem aprende, é preciso que haja a intersubjetividade.
Define a intersubjetividade como um projeto em que o aluno é sujeito participante na produção do conhecimento e o professor um intermediário entre o aluno e a compreensão da Matemática. Afirma que o meio pra se chegar à compreensão é o diálogo, ou seja, a situação em que o aluno e o professor expõem suas visões, explicitam seus mundos, desvendam mitos, transformando conhecimento em saber científico.
Deste modo, o erro passa a ser visto não como um não-saber, mas como um diagnóstico, um ponto de partida para re-construção do conhecimento, um buscar de caminhos ainda não trilhados para um aprendizado mútuo.
E conclui que sem partir da realidade, das formas como os alunos lêem a Matemática que lhes está sendo ensinada, ou como lêem o mundo, não há como questionar, como colocar em prática o seu ensino. Somente através da fala e da ação no fazer Matemática é que o aluno evidencia o seu mundo. E esse mundo só pode ser compreendido em situação de intersubjetividade.
O texto é conciso, apresentado de forma lógica, coerente e sistematizada, com idéias originais, verdadeiras e criativas, apresentando conhecimentos novos, amplos e abordagens diferentes, contribuindo no aprofundamento do assunto de seu interesse.
A linguagem utilizada pela autora é de fácil compreensão, dirigida, principalmente, aos professores da disciplina de Matemática.
Recomendo a leitura do texto para todos os graduandos em Pedagogia e outras áreas da educação, por se tratar de uma nova abordagem no ensino-aprendizagem da Matemática.

CONCLUSÃO

A Matemática, como toda disciplina, deve ser trabalhada num ambiente de prazer, que desperte no aluno o interesse pela aprendizagem. A escola tem papel fundamental na formação destes alunos e a Matemática, como disciplina, contribui nessa formação, seja através da sua linguagem ou através da interdisciplinaridade com as demais disciplinas.
Para deixar de ser vista como uma disciplina isolada, de linguagem própria, difícil e rígida, deverá atender a realidade do aluno e a dissertação da autora contribui de forma significativa para o rompimento com o tradicional e a adoção de nova forma de se fazer Matemática.

ARTES VISUAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Para compreender a arte no espaço da educação infantil no momento atual, mesmo que brevemente, é preciso situar o panorama histórico das décadas de 80 e 90. os referenciais que fundamentavam as práxis do profissional da Educação Infantil eram os Cadernos de Atendimentos ao Pré-escolar (1982), criados pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC. Os textos destes Cadernos para aquele momento histórico tiveram contribuição fundamental como subsídio para as ações dos educandos atuantes na Educação Infantil. Entretanto, o conhecimento era pouco priorizado, centrando-se apenas nas questões emocionais, afetivas e psicológicas e nas etapas evolutivas da criança. Com relação é a arte na educação, os pressupostos eram muito mais voltados à recreação do que às articulações com a arte, a cultura e a estética. Como por exemplo, é possível citar a ênfase nos exercícios bidimensionais que priorizava desenhos e pinturas chapadas. Ou seja, os conceitos sobre arte resumiam-se a simples técnicas. Esse caderno, embora tenha uma fundamentação teórica voltada às concepções do ensino da arte modernista, na essência é muito mais tecnicista no que diz respeito aos exercícios repetitivos, mecânicos e sem a preocupação com a reflexão dos conceitos.
Na década de 90, o MEC lança o Caderno do Professor da Pré-escola, com uma abordagem contextualista, na qual a arte deixa de ser tratada apenas como atividade prática e de lazer, incorporando o ato reflexivo. Apesar dessas transformações, a arte permanecia ainda com foco em abordagens psicológicas e temáticas. A arte na Educação Infantil nesta década ainda buscava uma consistência teórica, conceitual e metodológica.
A partir de 2000 as discussões reflexivas sobre a arte na Educação Infantil ganham novos espaços na literatura, nas propostas curriculares e especialmente na pesquisa. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394/96 veio garantir esse espaço à Educação Infantil, bem como o da arte neste contexto.

A CRIANÇA E AS ARTES VISUAIS

Ao final do seu primeiro ano de vida a criança já é capaz de produzir seus primeiros traçados gráficos. É a conhecida fase dos rabiscos, das garatujas.
Mais tarde quando controla o gesto, passa a coordena-lo com o olhar, começa a registrar formas gráficas e plásticas mais elaboradas. Passa dos rabiscos iniciais da garatuja para construções dos primeiros símbolos. Desenvolve o desenho com imagens de sol, figuras humanas, animais, vegetação e carros.
Essa passagem é possível através das interações da criança com o ato de desenhar e com desenhos de outras pessoas.
Enquanto desenham ou criam objetos, também brincam de “faz-de-conta” e verbalizam narrativas que exprimem suas capacidades imaginativas, ampliando sua forma de sentir e pensar sobre o mundo no qual estão inseridos.
As atividades com artes plásticas possibilitam a criança a transformar, a reutilizar e construir novos elementos, formas, texturas, etc.

OS CONTEÚDOS

Estão organizados em dois blocos:
1. Fazer Artístico
2. Apreciação em Artes Visuais

ORGANIZAÇÃO DO TEMPO

Deve respeitar as possibilidades das crianças relativas ao ritmo e interesse pelo trabalho, ao tempo de concentração, bem como ao prazer na realização das atividades.

ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

É determinante para o fazer artístico. Deve acomodar confortavelmente as crianças, permitindo-lhe o máximo de autonomia para acesso e uso dos materiais, devendo favorecer o andar o correr e o brincar da criança. Deve, também, ser equipado de tal forma que se torna interessante para as crianças, ativando o desejo de produzir e o prazer de estar ali.

OS RECURSOS MATERIAIS

São a base da produção artística. Deve-se garantir às crianças acesso a uma diversidade de instrumentos, meios e transportes.

OBSERVAÇÃO, REGISTRO E AVALIAÇÃO FORMATIVA

Busca entender o processo de cada criança, a significação que cada trabalho comporta, afastando julgamento como feio ou bonito, certo ou errado.


CONCLUSÃO

Para concluir este trabalho, realizamos uma visita numa Escola de Educação Infantil procurando saber como é feito o trabalho com artes dentro do contexto Escolar.
Notamos que para as crianças com idade de zero a três anos de idade o trabalho é pouco realizado. Há a predominância nos cuidados higiênicos e de alimentação e pouca interferência pedagógica. A criança tem contato com brinquedos e brincadeiras, mas não manipulam materiais para o fazer artístico.
O trabalho com artes acontece na faixa etária de quatro a seis anos de idade, quando a criança recebe incentivo para o fazer artístico. O professor não se sente preparado para colocar em pratica os conteúdos de artes em conformidade com a proposta do Referencial. Normalmente o aluno recebe o desenho pronto e o fazer artístico resume-se no colorir, no pintar, no colar, etc. o aluno só constrói o seu próprio desenho quando vai retratar uma história contada. Não há leitura de obras de artes. Teatro e dança são criações dos professores. Os alunos não participam do planejamento.
Ao constatar a realidade escolar concluímos que há uma dicotomia entre teoria e pratica e que o professor necessita de cursos de formação para atingir os objetivos propostos para o ensino-aprendizagem em artes. Por se tratar de uma disciplina recentemente integrada ao currículo escolar torna-se um desafio, principalmente para os profissionais da Educação Infantil, que também está passando por uma reorganização pedagógica, integrando-se à Educação Básica.
Frente aos desafios encontrados cabe aos cursos de formação o ensino de metodologias para o trabalho com artes, compreendendo métodos que incluam desde a criança com zero ano de idade até o adolescente que está concluindo o Ensino Fundamental.
Sendo as artes uma forma de linguagem, de comunicação social, cabe à escola promover o seu desenvolvimento, tornando o aluno um sujeito autônomo, crítico, capaz de participar da sociedade como um ser atuante.