sexta-feira, 10 de julho de 2009

FORMANDO CRIANÇAS PRODUTORAS DE TEXTOS: O TEXTO JORNALÍSTICO NA ESCOLA

I – INTRODUÇÃO

A questão da leitura no Brasil: “brasileiros lêem pouco” ou “brasileiros lêem mal”, está ultrapassando as paredes da escola, saindo dos limites das discussões de educadores e começa a aflorar a mídia e a tornando-se preocupação de outros profissionais enunciando sinais de que a situação está chegando ao limite do tolerável e não pode mais ser ignorada.
O fato é que em nosso País, somos extremamente desiguais em relação ao acesso à escrita. Entretanto, não temos ido além da busca de “culpados” e a interpretação do problema sem as quais é impossível encontrar suas causas e, consequentemente suas soluções, acabam por ficarem esquecidos.
A língua escrita é uma barreira que exclui muitas pessoas. Esse fato aumenta ainda mais a responsabilidade da escola em formar leitores, ou seja, a escola deve formar um leitor-cidadão, que pelo domínio da leitura, continuará aprendendo por si mesmo, independentemente do professor, saberá utilizar a língua escrita para se fazer ouvir em várias situações de vida; terá capacidade para se situar criticamente em frente às propagandas em qualquer tipo de mídia.
“A leitura é essencial para não continuarmos no silêncio ao que por vezes somos reduzidos”. (Kleiman – IEL/UNICAMP)
A escola tem que dar ao aluno a instrumentalização para que ele continue aprendendo autonomamente, no seu ritmo, a partir dos seus interesses, lendo aquilo que precisa. Isso é difícil, porque a escola trabalha com programas e currículos voltados a um aluno “médio”. Trazer os interesses individuais é impossível, se pensarmos apenas em termos de currículos escolares, de programas que têm que ser cumpridos, sem nos importarmos se o aluno entendeu, se ele leu ou não leu. Por exemplo, o programa exige que, no ensino fundamental, o aluno leia alguns clássicos literários, no entanto nos deparamos com um ou outro aluno que não está sequer alfabetizado. Então, nesse caso, vamos continuar com o nosso programa de leitura dos clássicos ou vamos alfabetizar e ler para os alunos, a fim de motivá-los para a leitura? Por isso que a leitura é essencial. Uma vez ensinado a habilidade instrumental da leitura para os alunos, eles terão a possibilidade de continuar aprendendo, de acordo com seus próprios objetivos, interesses e ritmos de aprendizagem.
Causa espanto o porquê de um aluno não entender a palavra escrita, já que ele entende tão bem a oralidade, percebendo e fazendo relações significativas quando assiste a novelas, quando conversa com os pais ou com os amigos. Ele é capaz de tecer relações entre diversos assuntos, mas é absolutamente incapaz de fazer isso quando a linguagem está impressa, ou seja, escrita. Ele consegue fazer inferências sobre seu mundo a partir do que lê sabe, mas quando se trata de fazer inferências com bases em pistas lingüísticas que estão escritas, não consegue fazer nenhuma, ele não compreende.
O aluno é capaz de relacionar, inferir, fazer analogias na fala, mas com a escrita isso não ocorre. Por que isso? Essa é uma questão central para todos os educadores, porque todos trabalham com a escrita nas suas disciplinas. Em toda atividade lingüística, nós procuramos sentido no que o outro está falando ou naquilo que ele está querendo fazer, porém quando se trata de língua escrita, o aluno não tenta entender o que o autor está querendo dizer, fica como se a procura de sentido não fosse relevante.
A leitura tem sido considerada uma atividade cognitiva por excelência. Isto porque ela envolve os processos mentais para inferir, para usar conhecimentos com o objetivo de entender, para perceber elementos em jogo numa situação e assim sucessivamente. Do ponto de vista cognitivo, a leitura exige que todas as competências, que todas as capacidades sejam acionadas para a compreensão de um texto. O aluno precisa utilizar o raciocínio dedutivo para ler nas entrelinhas. Ele precisa utilizar o raciocínio indutivo para predizer, para antecipar o que será dito. Ele precisa fazer relações. Todas são capacidades que um leitor aciona quando está lendo.
Para além das questões de ordem cognitiva, a leitura tem que ser pensada como uma prática social, porque ensinar a ler e a escrever é um processo de inserção do aluno nas práticas de uso da escrita – leitura e produção de textos valorizados pela sociedade. Então, ensinar os alunos a aprender a ler e a escrever é inseri-los nas práticas culturais que são legitimadas pela sociedade. Portanto, a leitura é um processo social, é uma prática sociocultural que envolve questões de natureza social. E para participar de uma prática social, temos que saber como é que funcionam os textos na sociedade, como é que as instituições trabalham com os diferentes tipos de textos. Não apenas os textos didáticos, mas também os textos da repartição pública, da igreja, da casa, os textos do cotidiano, da mídia, das instituições científicas, jornalísticas, enfim, de todas as instituições, que têm suas práticas sociais e as suas maneiras diferentes de organizar suas escritas, de produzir e de fazer circular textos.
O currículo escolar deve fornecer ao aluno espaço para que ele entenda o mundo de forma não-fragmentada e isso pode ser conseguido por meio de projetos interdisciplinares e transversais que atravessam as diversas disciplinas e que, ao mesmo tempo em que rompem à fragmentação, mantêm os limites do conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico (epistemiologia) de cada disciplina.
É muito difícil pensar em projetos dessa natureza levando em consideração apenas o livro didático. Quando trabalhamos somente com o livro didático, este geralmente levanta fronteiras rígidas entre as disciplinas. Consequentemente estaremos desperdiçando a oportunidade do aluno se abrir para outras possibilidades, para criar, para se aventurar por outros caminhos de leitura.
Discursivamente, a escola afirma a toda hora que a leitura é uma atividade básica, essencial e importante, mas, na prática, a leitura fica reduzida à aula do professor de língua portuguesa e à leitura de trechos do livro didático.
Para a leitura se transformar num direito de todos, temos que pensar em caminhos que permitam um tratamento diferenciado. Para atingir essa finalidade, o jornal é essencial. Em termos de língua escrita, no jornal encontramos notícias, editoriais, cartas do leitor, programas, programações, classificados, anúncios. Pelo fato de ser acessível a um grande número de leitores, o jornal pode ser o início de um trabalho importante para formar leitores.
Há uma tendência geral no jornalismo nacional de utilizar muitos recursos diferentes para contribuir para a função didática da matéria. Não é um texto para ensinar, como é o texto didático, mas é um texto que visa ajudar o leitor a entender o que está sendo dito: apresentam encarte geográfico, glossário temático, fotos, diagramas, tabelas e outros recursos de apoio à compreensão, de modo que o leitor possa entender a notícia.
É importante lembrar que o texto jornalístico já faz parte de muitos livros didáticos, que tentam se adaptarem às sugestões dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Neste sentido, o texto de jornal inserido numa unidade do livro didático de Língua Portuguesa não é o gênero jornalístico que faz parte da prática social de leitura do jornal, porque o texto extraído do jornal, no livro didático, até em virtude das características de produção, publicação e impressão do livro, já nasce mal desenvolvido, atrofiado e rudimentar. Dessa forma, é essencial pensar no ensino do texto jornalístico como parte integrante de uma prática social de leitura, de um jornal do dia, com matérias correntes e relevantes, não ultrapassadas e, por isso, irrelevantes.
Os gêneros jornalísticos, ao contrário dos textos extraídos de jornal inseridos no livro didático, serão, por definição, sempre atuais. Dessa forma, serão mais fáceis de entender, porque há um conhecimento já presente, cumulativo, porque o aluno está participando daquilo que acontece no dia-a-dia, daquilo que é comentado na rua, nos telejornais e assim por diante. Especificadamente, a compreensão vai ocorrendo cumulativamente, com base na elaboração de texto literário, absorção e transformação de uma multiplicidade de outros textos, e essas diversas versões são fatores extremamente importantes para a compreensão do leitor. Quando mais soubermos e quanto mais lermos textos que falem sobre um mesmo assunto, mais ricas ficarão nossas leituras e maiores serão as nossas possibilidades de fazer relações, comparações, inferências, enfim de chegar à compreensão do texto.
A leitura do jornal é uma prática social, como também o é a leitura do livro didático. Entretanto, jamais um texto didático, mesmo que seja formado somente por gêneros jornalísticos, vai suprir ou substituir uma prática de leitura de jornal. Somente o jornal na escola não basta. O que temos que fazer é inserir o aluno na prática social de leitura de jornal, por isso os textos jornalísticos devem ser âncora para os projetos interdisciplinares, tendo a leitura como atividade central.
Temos que usar o jornal na escola para a vivência e o domínio de diversas práticas sociais. Assim, estaremos operacionalizando uma prática de ensino de leitura que realmente prepara o aluno para precaver-se e acautelar-se neste mundo que muda tão rapidamente e que exige tanto de nós do ponto de vista da leitura. Um mundo repleto de novas tecnologias e, ao mesmo tempo, tão desigual em termos de distribuição de conhecimento.
Engajados no objetivo principal de conceber um projeto que possibilite a importância da leitura para a vida social na direção de discussões recentes sobre as práticas de letramento na escola, desenvolveu-se o projeto que tem como tema “o texto jornalístico na escola”.

II – OBJETIVO GERAL
• Desenvolver as competências e as habilidades de interação oral e escrita em função e a partir do grau de letramento que o aluno traz de seu grupo familiar e cultural, utilizando como meio de ensino-aprendizagem o texto jornalístico.

III – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Propiciar aos alunos um trabalho com um gênero de texto de grande relevância na sociedade, permitindo-lhe a interação com tipos de escritas diferentes dentro do espaço escolar;
• Construir uma postura critica e reflexiva diante do jornalismo;
• Sistematizar alguns pressupostos teóricos relacionados aos processos de leitura e de escrita de textos jornalísticos, organizados em tornos dos diversos componentes da língua, discursivo, semântico e gramatical;
• Praticar leitura nos espaços escolares da sala de aula e da biblioteca;
• Produzir textos de acordo com as sessões jornalísticas, como aprimoramento da fala, escrita e leitura;
• Aperfeiçoar as competências e as habilidades do aluno enquanto falante, leitor e escritor de diversos tipos de textos, no intuito de capacitar o aluno para relacionar, inferir, fazer analogias.

IV – METODOLOGIAS

Durante o projeto serão desenvolvidas as seguintes atividades:
• Visita à edição do jornal da cidade para motivação e melhor compreensão dos objetivos propostos;
• Orientação de práticas, por meio de contato direto com o jornal, para crianças em oficinas de leitura e contação de história e de estratégias de organização e utilização dos textos jornalísticos escritos.
• Estruturação e discussão teórica de textos sobre o tema, refletindo sobre a função da atividade jornalística.
• Explicação das diversas concepções em relação ao ensino-aprendizagem da leitura e da escrita a partir dos textos jornalísticos;
• Conhecimento das várias sessões que compõem um jornal;
• Percepção dos vários tipos de textos que abrigam as sessões jornalísticas;
• Características que são comuns a estes textos e que servem para individualizá-los;
• Objetivos específicos de comunicação de cada sessão do jornal;
• Como construir um texto jornalístico;
• Quais as regras que convém ser respeitadas antes da redação de qualquer artigo;
• Regras de construção de um texto jornalístico: a estrutura, a técnica, a titulação, o subtítulo, o intertítulo, as ilustrações e as legendas, o fim do artigo e as assinaturas;
• Destaque das sessões de textos jornalísticos, identificando-as de acordo com as categorias que as compõem;
• Produção de textos jornalísticos de acordo com cada categoria, que deverá ser sorteada entre os grupos, tendo como tema: “III Onda Científica produzida pelo Campus UNIPAC/Bom Despacho”.


V – META

Ensino-aprendizagem de produção de textos, através de jornais, tendo a leitura como atividade central, como prática social, fornecendo ao aluno espaço para que ele entenda o mundo como um todo, evitando a sua fragmentação, de modo a manter os limites do conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico (epistemiologia) de cada disciplina.

VI – CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES:

ATIVIDADES MARÇO ABRIL MAIO

Visita à edição do jornal da cidade para motivação e melhor compreensão dos objetivos propostos.

Orientação de práticas, por meio de contato direto com o jornal, para crianças em oficinas de leitura e contação de história e de estratégias de organização e utilização dos textos jornalísticos escritos.

Estruturação e discussão teórica de textos sobre o tema, refletindo sobre a função da atividade jornalística.

Explicação das diversas concepções em relação ao ensino-aprendizagem da leitura e da escrita a partir dos textos jornalísticos.

Conhecimento das várias sessões que compõem um Jornal.


Características que são comuns a estes textos e que servem para individualizá-los.Objetivos específicos de comunicação de cada sessão do jornal.

Como construir um texto jornalístico.

Quais as regras que convém ser respeitadas antes da redação de qualquer artigo e as
regras de construção de um texto jornalístico: a estrutura, a técnica, a titulação, o subtítulo, o intertítulo, as ilustrações e as legendas, o fim do artigo e as assinaturas.

Destaque das sessões de textos jornalísticos, identificando-as de acordo com as categorias que as compõem.

Produção de textos jornalísticos de acordo com cada categoria, que deverá ser sorteada entre os grupos, tendo como tema: “III Onda Científica produzida pelo Campus UNIPAC/Bom Despacho”.


VII – PERÍODO DE REALIZAÇÃO: de março a maio de 2009
DURAÇÃO DO PROJETO : 3 meses
APRESENTAÇÃO E AVALIAÇÃO FINAL: 10 aulas

VIII – RECURSOS:
1. MATERIAIS: jornais, papel kraft, papel fantasia, pincéis, lápis, borracha, cola.
2. TECNOLÓGICO: data show.
3. HUMANOS: professor, alunos, profissionais ligado ao assunto.

IX – PRÉ-REQUITOS:
• Sensibilização e mobilização dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental na compreensão da relação entre a fala, a escrita e a leitura.

X – SÍNTESE E DOCUMENTAÇÃO:
• Visita a uma redação de jornal.
• Contato com diversos tipos de jornais.
• Levantamento de dados para compreensão da confecção de um jornal.
• Entendimento dos textos que compõem um jornal.
• Identificação das categorias dos textos jornalísticos.
• Produção de textos de acordo com cada categoria.

XI – AVALIAÇÃO
• Interação dos grupos de trabalho;
• Interesse pelo assunto;
• Participação;
• Utilização do raciocínio dedutivo para ler nas entrelinhas;
• Utilização do raciocínio indutivo para predizer, para antecipar o que será dito.
• Construção de relações quando está lendo.
• Atendimento à modalidade textual solicitada, elaborando textos de acordo com as diversas sessões do jornal;
• Desenvolvimento dos temas propostos mantendo a coerência textual;
• Segmentação do texto de acordo com sua especificidade;
• Emprego dos mecanismos básicos de concordância nominal e verbal;
• Domínio relativo da ortografia, da acentuação e da pontuação;
• Construção da postura critica e reflexiva diante do jornalismo;
• Participação de forma integral na elaboração dos textos propostos, como aprimoramento da relação entre a fala, a escrita e a leitura.

XII – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao receber um aluno, o professor precisa analisar o que ele já sabe fazer sozinho e o que necessita de ajuda para fazer.
O compromisso primeiro do professor é auxiliar o aluno a tornar-se um leitor autônomo e um produtor competente de textos.
Os estudantes devem ser expostos a todos os tipos de textos: a notícia, a receita de cozinha, a publicidade, os textos dos manuais técnicos, os textos das bulas de medicamentos e todos os demais portadores de textos.
Temos consciência que no ensino da língua materna o texto mais importante é o literário, no entanto, constamos que a língua escrita tem sido uma barreira que exclui muitas pessoas, porque aprender a interpretar é decifrar os mistérios do seu mundo particular, é ler entrelinhas e tirar mensagens que nem sempre estão explícitas no texto em questão.
A escola deve ter como função primordial a formação de leitores-cidadãos, que pelo domínio da leitura, continuarão aprendendo por si mesmos, utilizando a língua escrita para se fazerem ouvir em várias situações de vida, desenvolvendo capacidades para se situarem criticamente frente aos acontecimentos sociais.
O currículo escolar deve ser formado por um processo de alfabetização associado ao sentido da leitura crítica da realidade, possibilitando ao educando a compreensão do seu conhecimento como um instrumento de coragem para a luta de seus ideais, para a conquista do direito de dizer a sua palavra.





PLANEJAMENTO DE AULAS UTILIZANDO COMO MEIO DE APRIMORAMENTO DA FALA, DA ESCRITA E DA LEITURA O TEXTO JORNALÍSTICO


I – OBJETIVO GERAL
• Desenvolver as competências e as habilidades de interação entre a oralidade, a escrita e a leitura, em função e a partir do grau de letramento que o aluno traz de seu grupo familiar e cultural, utilizando como meio de ensino-aprendizagem o texto jornalístico.

II – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Propiciar aos alunos um trabalho com um gênero de texto de grande relevância na sociedade, permitindo-lhe a interação com tipos de escritas diferentes dentro do espaço escolar;
• Construir uma postura critica e reflexiva diante do jornalismo;
• Sistematizar alguns pressupostos teóricos relacionados aos processos de leitura e de escrita de textos jornalísticos, organizados em tornos dos diversos componentes da língua, discursivo, semântico e gramatical;
• Praticar leitura nos espaços escolares da sala de aula e da biblioteca;
• Produzir o jornal na escola, como aprimoramento da leitura e da produção de textos;
• Aperfeiçoar as competências e as habilidades do aluno enquanto escritor e leitor de diversos tipos de textos.

III – ATIVIDADES

Visita à edição do jornal da cidade com o objetivo de motivar os alunos para o projeto na expectativa de favorecer os resultados esperados.
Visitamos o prédio do Jornal da cidade de Abaeté - “O NOSSO JORNAL”. Nesta visita tivemos como informação que durante décadas, a máquina de escrever, ou seja, a máquina de datilografia foi símbolo do jornalismo. A jornalista, Cristiane, nos relatou que o produto da atividade jornalística é geralmente materializado em textos, que recebem diferentes nomenclaturas de acordo com a sua natureza e objetivos. Uma matéria é o nome genérico de textos informativos resultantes de apuração, incluindo notícias, reportagens e entrevistas e que um artigo é um texto dissertativo ou opinativo, não necessariamente sobre notícias, e nem necessariamente escrito por um jornalista. Mostrou-nos como é reproduzido o jornal e nos apresentou os diversos tipos de texto jornalístico: notícia, chamada, opinião, editorial, artigo, crônica, nota, texto-legenda. Esclareceu-nos que para produzir suas reportagens tem que está em constante contato com a sociedade e correr muito atrás das informações necessárias e de interesse do público, para que o jornal se torne uma fonte de prioridade da informação para o leitor. O jornal é digitado e revisado por ela mesma, mas é reproduzido em Belo Horizonte.

Orientação de práticas, por meio de contato direto com o jornal, para crianças em oficinas de leitura e contação de história e de estratégias de organização e utilização dos textos jornalísticos escritos.
O professor deverá levar para a sala de aula tantos jornais quanto forem o número de alunos da sala, de preferência jornais com datas recentes. Convidar os alunos para se sentarem no chão em forma de círculo, pedindo para que eles folheiem o jornal identificando os diversos assuntos nele descritos e falar o que mais lhe chamaram atenção. O professor deverá registrar todas as opiniões dos alunos para posterior debate e discussão, contribuindo no auxílio às dúvidas e incentivando-os através de algumas argumentações.

Estruturação e discussão teórica de textos sobre o tema, refletindo sobre a função da atividade jornalística.
A função do jornal é basicamente a comunicação. É um dos meios mais rápidos de ficarmos informados, a respeito do que acontece no mundo, quase que na mesma hora em que ocorre o fato. Dentro do jornal há várias sessões, que por sua vez abrigam vários tipos de textos. A nomenclatura dos textos normalmente é dada de acordo com as suas características e seus objetivos específicos de comunicação. Normalmente esses textos têm caráter informativo. Genericamente os textos que se apresentam nos jornais são chamados de “matéria”. As informações são apresentadas em ordem decrescente de importância ou relevância, seguindo assim uma técnica chamada de pirâmide invertida, ou seja, a base do texto conteúdo mais importante fica em cima e o conteúdo mais superficial, chamado de ápice, fica embaixo. O conjunto de técnicas e procedimentos específicos para a atividade de redação jornalística é chamado de técnica de redação. As matérias apresentam, quase sempre, relatos de pessoas envolvidas no fato, que servem tanto para legalizar as afirmativas do jornal quanto para provocar no leitor a identificação com um personagem. Na enunciação de palavras confusas que caracteriza certos tipos de desordens da linguagem, como a suspensão de pronunciamento referente à verdade ou à falsidade de qualquer coisa, os depoimentos destes personagens chamam-se aspas. Apesar das matérias serem geralmente escritas em estilo resumido e objetivo, devem ser revisadas antes de serem publicadas. O profissional que exerce a função de revisão, hoje figura rara nas redações, é chamado de revisor.

Explicação das diversas concepções em relação ao ensino-aprendizagem da leitura e da escrita a partir dos textos jornalísticos.
O aluno deverá conhecer o jornal, de forma minuciosa, desde as publicações em sua primeira folha, que constitui os avisos especiais e carregam o conteúdo mais profundo da matéria: as principais informações. Essa publicação da primeira folha é usada para que as pessoas possam ter acesso fácil e rápido à informação e tenham a oportunidade de selecionar as matérias que realmente lhes interessam para prosseguir com a leitura. Geralmente o título da matéria é baseado no seu primeiro parágrafo. Os textos que compõem o jornal possuem linguagens diferenciadas, concedendo ao aluno o contato com os mais variados tipos de textos na forma escrita e de grande relevância na sociedade, construindo-lhe uma postura critica e reflexiva da fala, da escrita e da leitura, através do jornalismo.

Conhecimento das várias sessões que compõem um jornal
O chamado das matérias que estão contidas no jornal, em sua primeira página; artigo; opinião; notícias; editorial; reportagem; nota; crônica; texto-legenda.

Percepção dos vários tipos de textos que abrigam as sessões jornalísticas.
Neste momento o professor deverá pedir aos alunos que façam o reconhecimento das sessões jornalísticas, com o objetivo de sistematizar alguns pressupostos teóricos relacionados aos processos de leitura e de escrita de textos jornalísticos, verificando se está havendo entendimento do que está sendo estudado. É necessário que o professor faça algumas observações quanto à organização dos jornais, principalmente os jornais diários que possuem sua organização em cadernos. Além de fazer a observação o professor poderá levar jornais para os alunos visualizarem os diferentes tipos de organizações.

Características que são comuns aos textos jornalísticos e que servem para individualizá-los, de acordo com os objetivos específicos de cada sessão do jornal.
Notícia – caracteriza-se pela linguagem direta e formal. Tem caráter informativo e é escrito de forma impessoal, frequentemente fazendo uso da terceira pessoa. Inicia-se com o assunto principal no primeiro parágrafo e se segue com o corpo da notícia. Enquanto no primeiro parágrafo estão registradas as principais informações do fato, no corpo estão presentes os detalhes (relevantes ou não), as causas e as conseqüências dos fatos, como, onde e com quem aconteceu, e a sua possível repercussão na vida das pessoas que estão lendo. Pode ter ou não um público alvo e a linguagem poderá ser adaptada para um melhor entendimento, de acordo com o público que queira atingir.
Editorial – não é exatamente um tipo de texto, mas uma sessão do jornal que possui textos selecionados e agrupados através de seu conteúdo, público ou objetivo. Os jornais são divididos em vários editoriais que podem ou não estar encadernados separadamente. Entre os editoriais mais comuns estão: política, economia, cultura, esporte, turismo, pais, cidade, classificados, coluna social, charges, propaganda e publicidade.
Reportagem – tem por sua essência a descrição e a caracterização de eventos. Para isso a reportagem conta com algumas perguntas que, ao serem respondidas, servirão para melhor estruturação da reportagem: O quê? Como? Quando? Onde? Por quê? Quem?
Nota – texto curto composto apenas pelo primeiro parágrafo. Normalmente trata de algum assunto de fácil compreensão e assimilação e que seja do interesse do leitor. Algo que já tenha sido noticiado ou que não possui detalhes relevantes para serem descritos.
Crônica – texto que registra uma observação ou impressão sobre fatos cotidianos, pode narrar fatos reais em forma de ficção.
Artigo – texto eminentemente opinativo, e geralmente escrito por colaboradores ou personalidades convidadas (não jornalistas) que escreve sobre o seu modo de ver, de pensar e de deliberar sobre algum assunto de interesse público.
Chamada – texto muito curto na primeira página ou capa que expõe a totalidade da matéria contida nas páginas interiores do jornal.
Texto-legenda – texto curto que acompanha uma foto, descrevendo-a e adicionando a ela alguma informação, mas sem matéria à qual faça referência.

Como construir um texto jornalístico
A construção de um texto jornalístico não dispensa a criatividade de quem o redige, mas fixa-se numa técnica própria.
Algumas regras que convém respeitar antes da redação de qualquer artigo:
• Antes de escrever convém procurar documentação, acumular informações precisas apoiadas em fatos;
• Não hesitar em investigar no local, em vez de somente procurar informações;
• Preparar um plano;
• Definir a finalidade da comunicação, determinar a importância da informação para o leitor alvo;
• Indicar, numerando, as principais idéias a desenvolver e anotar brevemente a conclusão que pode ser tirada dessas idéias.

Quais as regras que convém ser respeitadas antes da redação de qualquer artigo?
O texto jornalístico inclui um título que corresponde ao primeiro ou aos dois primeiros parágrafos do texto e o corpo do texto, que desenvolve os elementos informativos referidos no título. O título e o ante título, a entrada, os subtítulos e a fotografia constituem momentos dessa construção, que deverá ter unidade, coerência e eficácia informativa.

Regras de construção de um texto jornalístico: a estrutura, a técnica, a titulação, o subtítulo, o intertítulo, as ilustrações e as legendas, o fim do artigo e as assinaturas:
Nas notícias, o titulo, como regra, deverá responder às seguintes perguntas:
• O quê (a resposta relata o que aconteceu, está a acontecer ou acontecerá)
• Quem? (a resposta indica os agentes da ação)
• Quando? (a resposta refere o momento do acontecimento)
• Onde? (a resposta aponta o local do acontecimento)
• Como? (a resposta menciona as circunstâncias do acontecimento)
• Por quê? (a resposta releva as razões do acontecimento)
O título – criar título não é tarefa fácil. São poucos os jornalistas que iniciam um artigo pelo título. Na maioria das situações, os jornalistas optam por escrever a matéria e só no final lhe concede o título.
O subtítulo – como os títulos não podem ser demasiadamente longos e pode precisar informação que ficou menos clara no título. O subtítulo é usado para acrescentar algum elemento informativo que o título não pode contar.
O intertítulo – é um elemento muito útil quando se pretende mudar de assunto dentro do mesmo texto. Permite igualmente “arrumar” a informação de forma a facilitar a leitura.

“Ilustrações e legendas”
• As fotografias e as legendas devem ser suficientes para fornecer uma informação mínima, essenciais ao texto, numa interação conjugada e devem fazer referencia à fonte, no caso de não serem originais.

“O fim do Artigo”
• O fim é a parte mais importante de um texto jornalístico. O título devendo ser bom para cativar o leitor, o fim tem de ser suficientemente interessante para não o desapontar. É importante que ele esteja de acordo com o resto do texto e que satisfaça o leitor, dando-lhe a sensação de missão cumprida.

“Assinaturas”
• A assinatura de um texto deve refletir de forma rigorosa a sua autoria. Se há mais de uma participação para um dado texto, a ordem de assinatura deve refletir a contribuição de cada um dos autores. Nos textos escritos em parceria, a ordem das assinaturas deve ser alfabética, pelo apelido sempre ao mesmo nível de relevância.

Destaque das sessões de textos jornalísticos, identificando-as de açodo com as categorias com os compõem.
O professor deverá dividir a turma em grupos. Cada grupo receberá um jornal completo. Nas paredes da sala deverão ser colocados quadros de molduras construídos com papel kraft identificados com as sessões do texto jornalístico. O professor deverá solicitar que cada grupo destaque do jornal um texto de acordo com as sessões identificadas nos quadros de molduras, colando-as nos respectivos quadros.

Produção de textos jornalísticos de acordo com cada categoria, que deverá ser sorteada entre os grupos, tendo como tema: “III Onda Científica produzida pelo Campus UNIPAC/Bom Despacho”.
Sortear entre os grupos os tipos de textos jornalísticos e pedir que cada grupo reproduza um texto de acordo com a categoria sorteada, observando o tema solicitado.

Resultados esperados:
No final do projeto os alunos conseguiram atingir os objetivos propostos e a realizar as tarefas finais: destaque das sessões de textos jornalísticos, identificando-as de acordo com as categorias que as compõem e a produção de textos jornalísticos de acordo com cada categoria tendo como tema: “III Onda Científica produzida pelo Campus UNIPAC/Bom Despacho”?

POR UMA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA COMO INTERSUBJETIVIDADE

RESENHA

MEDEIROS, Cleide Farias de – Texto adaptado do 5º capítulo da dissertação de mestrado Educação matemática: discurso ideológico que a sustenta, apresentada à PUC/SP, em 1985.

Por: Ronicilda Stheomar de Carvalho


Cleide Farias de Medeiros possui graduação em Ciências, habilitação em Matemática pela Universidade Católica de Pernambuco, mestrado em Psicologia da Educação pela PUC de São Paulo e doutorado em Ciências Matemática pela Leeds Metropolitan Universaity. Atualmente é professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Tem experiência na área de Matemática e Resolução de Problemas.
Sua preocupação em torno da Educação Matemática é decorrente da observação aluno/professor de Matemática no cotidiano da vida escolar. Sua insatisfação ao baixo desempenho conseguido pelos alunos nas avaliações tradicionalmente utilizadas demonstra uma angústia aos estudos de Matemática, fato este que motivou a autora a dissertar sobre o tema.
Inicia o texto fazendo uma advertência quanto ao lugar de primazia ocupado pela ação prática, deixando “um pensar no que é essencial”, em segundo plano, sem a devida atenção merecida.
Refletindo sobre o passado vivido na Matemática, situa o seu ensino, vendo a necessidade da construção de uma Educação Matemática necessária, crítica e libertadora, fundada na intersubjetividade, num contexto que abranja tanto o ato cognitivo quanto a relevância social do ensino da Matemática como ato político. E explica que a Educação Matemática, enquanto ato político, deve contribuir para a construção de uma sociedade em que os valores humanos de justiça econômica, de democracia com o exercício das consciências e de autonomia na produção do conhecimento superem os antigos e respectivos valores de paternalismo econômico, de controle hegemônico movido pela propaganda ideológica e do consumismo do saber pronto.
Estabelece comparações entre as abordagens tradicional e construtivista do ensino da Matemática situando aluno/professor, ensino/aprendizagem, conteúdo/metodologia dentro de um saber científico, de uma realidade social.
Ao relatar a abordagem tradicional expõe que a Matemática foi ensinada sem levar em consideração quem pretendia aprender: o aluno. No ensino-aprendizagem os alunos eram tidos como iguais e as avaliações não levavam em considerações as diferenças existentes entre um aluno e outro. O conteúdo era transmitido sem nenhuma referência à história de sua construção. Professores e alunos agiam sem uma clara percepção do significado de suas ações. Havia uma maneira rotineira de seu ensino reduzido à exposição de conteúdos e à resolução de problemas-modelo. O aluno era considerado uma tábula-rasa, desprovido de conhecimentos e dependente do professor. O professor tido como um mero transmissor de conhecimentos.
Medeiros, então, propõe uma mudança no ensino da Matemática, partindo do esgotamento da ideologia existente a respeito do aprender e do ensinar, transformando o ato educativo em ato de comunicação. Para que a compreensão do conhecimento matemático se realize é necessário pensar a Educação Matemática como comunicação entre quem ensina e quem aprende, é preciso que haja a intersubjetividade.
Define a intersubjetividade como um projeto em que o aluno é sujeito participante na produção do conhecimento e o professor um intermediário entre o aluno e a compreensão da Matemática. Afirma que o meio pra se chegar à compreensão é o diálogo, ou seja, a situação em que o aluno e o professor expõem suas visões, explicitam seus mundos, desvendam mitos, transformando conhecimento em saber científico.
Deste modo, o erro passa a ser visto não como um não-saber, mas como um diagnóstico, um ponto de partida para re-construção do conhecimento, um buscar de caminhos ainda não trilhados para um aprendizado mútuo.
E conclui que sem partir da realidade, das formas como os alunos lêem a Matemática que lhes está sendo ensinada, ou como lêem o mundo, não há como questionar, como colocar em prática o seu ensino. Somente através da fala e da ação no fazer Matemática é que o aluno evidencia o seu mundo. E esse mundo só pode ser compreendido em situação de intersubjetividade.
O texto é conciso, apresentado de forma lógica, coerente e sistematizada, com idéias originais, verdadeiras e criativas, apresentando conhecimentos novos, amplos e abordagens diferentes, contribuindo no aprofundamento do assunto de seu interesse.
A linguagem utilizada pela autora é de fácil compreensão, dirigida, principalmente, aos professores da disciplina de Matemática.
Recomendo a leitura do texto para todos os graduandos em Pedagogia e outras áreas da educação, por se tratar de uma nova abordagem no ensino-aprendizagem da Matemática.

CONCLUSÃO

A Matemática, como toda disciplina, deve ser trabalhada num ambiente de prazer, que desperte no aluno o interesse pela aprendizagem. A escola tem papel fundamental na formação destes alunos e a Matemática, como disciplina, contribui nessa formação, seja através da sua linguagem ou através da interdisciplinaridade com as demais disciplinas.
Para deixar de ser vista como uma disciplina isolada, de linguagem própria, difícil e rígida, deverá atender a realidade do aluno e a dissertação da autora contribui de forma significativa para o rompimento com o tradicional e a adoção de nova forma de se fazer Matemática.

ARTES VISUAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Para compreender a arte no espaço da educação infantil no momento atual, mesmo que brevemente, é preciso situar o panorama histórico das décadas de 80 e 90. os referenciais que fundamentavam as práxis do profissional da Educação Infantil eram os Cadernos de Atendimentos ao Pré-escolar (1982), criados pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC. Os textos destes Cadernos para aquele momento histórico tiveram contribuição fundamental como subsídio para as ações dos educandos atuantes na Educação Infantil. Entretanto, o conhecimento era pouco priorizado, centrando-se apenas nas questões emocionais, afetivas e psicológicas e nas etapas evolutivas da criança. Com relação é a arte na educação, os pressupostos eram muito mais voltados à recreação do que às articulações com a arte, a cultura e a estética. Como por exemplo, é possível citar a ênfase nos exercícios bidimensionais que priorizava desenhos e pinturas chapadas. Ou seja, os conceitos sobre arte resumiam-se a simples técnicas. Esse caderno, embora tenha uma fundamentação teórica voltada às concepções do ensino da arte modernista, na essência é muito mais tecnicista no que diz respeito aos exercícios repetitivos, mecânicos e sem a preocupação com a reflexão dos conceitos.
Na década de 90, o MEC lança o Caderno do Professor da Pré-escola, com uma abordagem contextualista, na qual a arte deixa de ser tratada apenas como atividade prática e de lazer, incorporando o ato reflexivo. Apesar dessas transformações, a arte permanecia ainda com foco em abordagens psicológicas e temáticas. A arte na Educação Infantil nesta década ainda buscava uma consistência teórica, conceitual e metodológica.
A partir de 2000 as discussões reflexivas sobre a arte na Educação Infantil ganham novos espaços na literatura, nas propostas curriculares e especialmente na pesquisa. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394/96 veio garantir esse espaço à Educação Infantil, bem como o da arte neste contexto.

A CRIANÇA E AS ARTES VISUAIS

Ao final do seu primeiro ano de vida a criança já é capaz de produzir seus primeiros traçados gráficos. É a conhecida fase dos rabiscos, das garatujas.
Mais tarde quando controla o gesto, passa a coordena-lo com o olhar, começa a registrar formas gráficas e plásticas mais elaboradas. Passa dos rabiscos iniciais da garatuja para construções dos primeiros símbolos. Desenvolve o desenho com imagens de sol, figuras humanas, animais, vegetação e carros.
Essa passagem é possível através das interações da criança com o ato de desenhar e com desenhos de outras pessoas.
Enquanto desenham ou criam objetos, também brincam de “faz-de-conta” e verbalizam narrativas que exprimem suas capacidades imaginativas, ampliando sua forma de sentir e pensar sobre o mundo no qual estão inseridos.
As atividades com artes plásticas possibilitam a criança a transformar, a reutilizar e construir novos elementos, formas, texturas, etc.

OS CONTEÚDOS

Estão organizados em dois blocos:
1. Fazer Artístico
2. Apreciação em Artes Visuais

ORGANIZAÇÃO DO TEMPO

Deve respeitar as possibilidades das crianças relativas ao ritmo e interesse pelo trabalho, ao tempo de concentração, bem como ao prazer na realização das atividades.

ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

É determinante para o fazer artístico. Deve acomodar confortavelmente as crianças, permitindo-lhe o máximo de autonomia para acesso e uso dos materiais, devendo favorecer o andar o correr e o brincar da criança. Deve, também, ser equipado de tal forma que se torna interessante para as crianças, ativando o desejo de produzir e o prazer de estar ali.

OS RECURSOS MATERIAIS

São a base da produção artística. Deve-se garantir às crianças acesso a uma diversidade de instrumentos, meios e transportes.

OBSERVAÇÃO, REGISTRO E AVALIAÇÃO FORMATIVA

Busca entender o processo de cada criança, a significação que cada trabalho comporta, afastando julgamento como feio ou bonito, certo ou errado.


CONCLUSÃO

Para concluir este trabalho, realizamos uma visita numa Escola de Educação Infantil procurando saber como é feito o trabalho com artes dentro do contexto Escolar.
Notamos que para as crianças com idade de zero a três anos de idade o trabalho é pouco realizado. Há a predominância nos cuidados higiênicos e de alimentação e pouca interferência pedagógica. A criança tem contato com brinquedos e brincadeiras, mas não manipulam materiais para o fazer artístico.
O trabalho com artes acontece na faixa etária de quatro a seis anos de idade, quando a criança recebe incentivo para o fazer artístico. O professor não se sente preparado para colocar em pratica os conteúdos de artes em conformidade com a proposta do Referencial. Normalmente o aluno recebe o desenho pronto e o fazer artístico resume-se no colorir, no pintar, no colar, etc. o aluno só constrói o seu próprio desenho quando vai retratar uma história contada. Não há leitura de obras de artes. Teatro e dança são criações dos professores. Os alunos não participam do planejamento.
Ao constatar a realidade escolar concluímos que há uma dicotomia entre teoria e pratica e que o professor necessita de cursos de formação para atingir os objetivos propostos para o ensino-aprendizagem em artes. Por se tratar de uma disciplina recentemente integrada ao currículo escolar torna-se um desafio, principalmente para os profissionais da Educação Infantil, que também está passando por uma reorganização pedagógica, integrando-se à Educação Básica.
Frente aos desafios encontrados cabe aos cursos de formação o ensino de metodologias para o trabalho com artes, compreendendo métodos que incluam desde a criança com zero ano de idade até o adolescente que está concluindo o Ensino Fundamental.
Sendo as artes uma forma de linguagem, de comunicação social, cabe à escola promover o seu desenvolvimento, tornando o aluno um sujeito autônomo, crítico, capaz de participar da sociedade como um ser atuante.

Professora, sim; tia, não: cartas a quem ousa ensinar

FREIRE, Paulo. Professora, sim; tia, não: cartas a quem ousa ensinar. 16 ed. São Paulo: Olho D’Água, 2006.

Por: Ronicilda Stheomar de Carvalho


Paulo Régis Neves Freire, educador pernambucano, nasceu em 19/09/1921 na cidade de recife. Foi alfabetizado pela mãe, que o ensinou a escrever com pequenos galhos de árvore no quintal da casa da família. Com 10 anos de idade a família mudou para a cidade de Jaboatão.
Na adolescência começou a desenvolver um grande interesse pela língua portuguesa. Com 22 anos de idade começa a estudar direito na Faculdade de Direito do Recife. Enquanto cursava a faculdade casou-se com a professora primaria Elza Maia Costa oliveira com quem teve cinco filhos. Nesta mesma época começou a lecionar no Colégio Oswaldo Cruz em Recife.
No ano de 1947 foi contratado para dirigir o Departamento de Educação e Cultura do SESI, onde entra em contato com a alfabetização de adultos. No ano de 1964 foi convidado pelo Presidente João Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Logo após o golpe militar, o método de alfabetização de Freire foi considerado uma ameaça à ordem, pelos militares. Viveu no exílio no Chile e na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na área de educação. Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi lançada em 1969. Nela, Freire detalha seu método de alfabetização de adultos. Retornou ao Brasil no ano de 1979, após a Lei da Anistia.
Exerceu cargo de Secretário Municipal de Educação na Prefeitura de São Paulo, onde realizou um belo trabalho. Assessorou projetos culturais na América Latina e África. Morreu na cidade de São Paulo, de infarto, em 1997.
O texto de sua obra Professora, sim; tia, não: cartas a quem ousa ensinar, publicado pela primeira vez em 1993, ”embora simples”, é conciso, apresentado de forma clara, lógica, coerente e sistematizada.
A linguagem utilizada pelo autor é e fácil compreensão. Trata-se de uma obra dirigida àqueles que “ousam ensinar”, expondo questões fundamentais sobre a intenção de mostrar a tarefa do ensinante como aprendiz, exigente de seriedade e de preparos cientifico, físico, emocional e afetivo.
O autor, defensor veemente da prática libertária da educação, continua expondo sua reflexão sobre o ato de pensar e de escrever, introduzindo neste contexto um novo assunto, qual seja a polemica temática levantada, apresenta idéias originais, verdadeiras, reflexivas, com conhecimentos novos, amplos e abordagens diferentes, contribuindo no aprofundamento do assunto, valorizando a professora através da sua responsabilidade profissional, como característica determinante e fundamental para sua formação exigida de forma permanente.
Em seu prefácio faz uma advertência crítica e analítica sobre a avaliação da atuação profissional do professor, enfatizando a necessidade de uma solidariedade dialética entre o exercício da teoria e da prática, remetendo-lhe a uma releitura de si mesmo e a um repensar do seu fazer cotidiano como “ensinante-aprendiz”.
Justifica o nome concebido à sua obra, reconhecendo a amplitude do tema a ser tratado, afirmando que o enunciado professora, sim; tia, não, não se opõe à professora como tia, mas também não identifica ou reduz a professora à condição de tia. Significa, pelo contrario conceder algo fundamental à professora: sua responsabilidade de profissional, que envolve trabalho e especificidade no seu cumprimento. Ao passo que ser tia é viver uma relação aparente de parentesco, portanto, nunca poderia ser uma profissão.
Freire procura através do enunciado, exigir um empenho à compreensão e entendimento do significado de cada uma das palavras que o compõe, enquanto inseridas numa trama de relações. Divide este enunciado em três blocos distintos: 1- Professora, sim; 2- tia, não; 3- Cartas a quem ousa ensinar, enfatizando a tarefa do ensinante como um comprometimento e gosto “de querer bem não só aos outros, mas ao próprio processo que ela implica” e sobre a impossibilidade de ensinar sem ousar.
Assegura que essa visão de uma classe profissional como sendo constituída de parentes das crianças cria expectativa de que não é preciso uma boa qualificação para fazer o trabalho de ensinar além de uma visão política passiva e alienada, já que identificar professoras como tias “é quase proclamar ‘professora’ como boas ‘tias’ não devem reacionar ou democratizar o seu papel profissional quanto ao seu posicionamento político e ético na sua função de ensinar, principalmente sobre cidadania a seus alunos e familiares”.
O autor aplica as palavras ensinar, aprender e ousar, definindo-as. O ato de ensinar é subentendido pelo autor como educar e vice-versa e, para tanto é necessário a “paixão do conhecer”, que envolve o ensinante numa busca prazerosa, mas nada fácil. Quanto ao ato de aprender define-o como uma concessão ao educando das capacidades e habilidades para fazer uma leitura do mundo e repensar sua própria leitura numa atividade reflexiva que o torne consciente de si mesmo e de sua participação no mundo. Então, ousar, nada mais é, do que uma atividade de ensinar através do envolvimento emocional, pois aprendemos com todo o corpo, com a emoção e com a razão, sentimentos estes que jamais podemos dicotomizar.
Busca a restauração propondo a construção de um aprendizado em que a professora reconheça que também é uma aprendiz, comprometida com a ousadia de ações que desenvolva na tarefa crítica de ler e de escrever, as tramas sociais em que se constituem a linguagem, a comunicação e a produção de conhecimentos, fazendo da escola espaço de reflexão e conscientização, formadora de cidadãos realmente críticos e atuantes.
A obra evidencia a reflexão profunda a cerca da avaliação da prática da professora, que deve ser avaliada não para ser punida, e, sim, para melhor se formar, ou seja, aprimorar a sua prática pedagógica, para incentivo do prazer da atuação critica e do repensar permanentemente.
Vale a pena ler o livro e refletir sobre ele, concedendo atenção especial às cartas, uma vez que a leitura critica dos textos e do mundo possibilita a mudança do processo educacional. É preciso, então, compreender o processo estudar/ler/observar/reconhecer do ensinar e do fazer. Neste momento há um resgate das qualidades indispensáveis aos educadores alguns questionamentos se fazem presentes, sobre os quais vale refletir com a sociedade: o que é ensinar? O que é aprender? Que compreensão temos de mundo? Fazemos política ao fazer educação? O diferente de nós é superior ou inferior a nós? Como deve ser a escola democrática?
Enfim, o autor enfatiza a importância dos professores conscientizarem do papel político-social que devem assumir frente à sua função profissional.
CONSELHO ESCOLAR E O APROVEITAMENTO SIGNIFICATIVO DO TEMPO PEDAGÓGICO

POR: RONICILDA STHEOMAR

ORIENTAÇÃO: SIMONE MÁRCIA MAMEDE

INTRODUÇÃO

ESCOLA PÚBLICA COMO ESPAÇO DE DIREITO DA CIDADANIA

o EDUCAÇÃO DE QUALIDADE E A ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA
o DE QUE MODO A ESCOLA PODE SE ORGANIZAR PARA ATENDER AO DIREITO DO ESTUDANTE DE TER ACESSO A UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE?

o COMO PODE SER ASSEGURADA A QUALIDADE DO ENSINO?
o DE QUE FORMA A ESCOLA ORGANIZA AS ATIVIDADES ESCOLARES?
o DE QUE MODO AS CLASSES OU TURMAS PODEM SER ORGANIZADAS?

O CONSELHO ESCOLAR E A AVALIAÇÃO DO ESTUDANTE

o COMO SE PROCESSA A AVALIAÇÃO DO ESTUDANTE?
o E SE A ESCOLA VERIFICAR QUE ALGUNS ESTUDANTES NÃO APRESENTAM O APROVEITAMENTO ESCOLAR ESPERADO?

o E SE O TEMPO ESCOLAR NÃO FOR SUFICIENTE PARA O ESTUDANTE APRENDER

AS ATIVIDADES ESCOLARES E AFORMAÇÃO CIDADÃ DO ESTUDANTE

DESAFIOS

o REPRODUÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS



o IMPULSO PARA GERAR NOVAS FORMAS DE SOCIABILIDADE

TAREFAS

SER LOCUS DE:

o PRODUÇÃO
o SISTEMATIZAÇÃO
o SOCIALIZAÇÃO



RELAÇÃO ENTRE

o HOMEM
o NATUREZA
o CULTURA




TEMPO ESCOLAR

SUCESSO

o RITMO



o TEMPO



o EXPERIÊNCIAS DOS ESTUDANTES

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

o CONHECIMENTO INTERDISCIPLINAR E TRANSDISCIPLINAR
o RELAÇÕES RECÍPROCAS ENTRE VIVÊNCIA/CONTEÚDO/REALIDADE
o PEDAGOGIA DA AUTONOMIA (FORMAÇÃO CIDADÃ DO ESTUDANTE)

PROGRESSÃO ESCOLAR:

POR QUÊ? PARA QUÊ? COMO?

o POLÍTICAS GOVERNAMENTAIS EM NÍVEL NACIONAL E LOCAL
o ORGANIZAÇÃO E DINÂMICA PEDAGÓGICA
o FINALIDADES DA ESCOLA, DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS E ESTRATÉGIAS PARA MANTER OS ESTUDANTES NA ESCOLA

AÇÕES DE REFORÇO E RECUPERAÇÃO PARALELA

o CAPACIDADE DA ESCOLA PROPOR ATIVIDADES PEDAGÓGICAS INOVADORAS RELEVANTES E SIGNIFICATIVAS CONSIDERANDO O TEMPO EFETIVO PARA QUE A APRENDIZAGEM POSSA OCORRER.

TAREFAS DO CONSELHO ESCOLAR

o ACOMPANHAR AS FORMAS COMO SE REALIZAM AS PROGRESSÕES DOS ESTUDANTES
o VERIFICAR DE QUE MODO ESTAO SE SAINDO NAS RECUPERAÇÕES
o QUAIS OS RESULTADOS FORAM ALCANÇADOS
o TEMPO ADEQUADO PARA AS ATIVIDADES REALIZADAS.

O TEMPO PEDAGÓGICO E O CONSELHO ESCOLAR

o QUAL É O SENTIDO DO TEMPO PEDAGÓGICO?




o O TEMPO É UM FATOR IMPORTANTE NA AVALIAÇÃO ESCOLAR?

CONCLUSÃO

OS ESTUDANTES TÊM DIREITO AO AVANÇO NA CONSTRUÇÃO DE SEU CONHECIMENTO, BEM COMO À TERMINALIDADE DE SEUS CURSOS. A FORMAÇÃO INTEGRAL E EMANCIPADORA DOS ESTUDANTES IMPLICAM A GARANTIA DESSAS CONDIÇÕES, O EXERCÍCIO DE PARTICIPAÇÃO DA ESCOLA E O RESPEITO ÀS SUAS SINGULARIDADES HISTÓRICAS.