terça-feira, 14 de julho de 2009

Texto de opinião sobre o Processo de Democratização da Escola

A democracia não é só uma forma de governo, é acima de tudo um modo de vida. É o resultado do pensamento partilhado de todos os envolvidos, é participação.
Em nossa sociedade, a escola pública tem como função social formar o cidadão, isto é, construir sujeitos com conhecimentos, atitudes e valores tornando-os solidários, críticos, éticos e participativos.
Frente às inúmeras transformações ocorridas atualmente na sociedade, a escola necessita repensar o seu papel.
A contribuição significativa da escola para a democratização da sociedade e para o exercício da democracia participativa fundamenta e exige a gestão democrática da escola.
A participação constitui-se numa das melhores maneiras de assegurar a gestão democrática da escola, possibilitando o envolvimento de toda comunidade escolar na tomada de decisões e no funcionamento da organização constitucional.
A democracia na escola firma a sua importância, seu papel e valor, construindo sua autonomia. O gestor passa ser o mediador, articulador das relações inter e intra subjetivas, das vontades e dos conflitos. Seu poder fundamenta-se na vontade coletiva de todos os envolvidos.
Assim, antes das rotinas administrativas são definidos os rumos, traçados os objetivos e estabelecidas as estratégias numa construção coletiva.
Nota-se, porém, a dificuldade da escola em enfrentar e superar as mudanças. Isto se deve às resistências ao modelo de gestão e ao medo do novo. Nesse sentido tornam-se de suma importância os cursos de formação continuada para conscientizar a comunidade escolar das mudanças, da implantação de um novo modelo de escola que requer do diretor um novo perfil, uma nova estratégia, o trabalho de equipe, com ampla participação de todos os segmentos da escola e da comunidade.

OS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO: CECÍLIA MEIRELES

INTRODUÇÃO
No Brasil, a participação da mulher na vida em sociedade e nos grandes acontecimentos do país data da década de 30, a “Era do Rádio” ( e das grandes cantoras: Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Araci de Almeida, Silvinha Melo, Alzirinha Camargo, a “Pequena Notável” Carmem Miranda, dentre outras), época da industrialização, do crescimento das grandes cidades, da “Revolução de 30”, da ditadura de Getúlio Vargas, do Estado Novo e da Segunda Guerra Mundial, mas principalmente, década em que as mulheres começam suas atividades na cena pública, participando do mercado de trabalho (“trabalho extra-doméstico”) e tendo o direito de votar e de serem votadas.
Em 1934, a indústria têxtil conta com dezessete mil operárias. As mulheres obtêm conquistas trabalhistas, imitam a maquilagem das atrizes do Cinema norte-americano e o vestuário francês, vão à praia e às piscinas de “maillots” mostrando ombros e coxas e até participam de Olimpíadas: em 1932, a nadadora Maria Lenk inaugura a presença da mulher brasileira nesses eventos esportivos. Berta Lutz, fundadora da “Federação Brasileira pelo Progresso Feminino”, é quem mais luta pelos direitos sociais, políticos e econômicos das brasileiras na década de 30. Outro nome importante do feminismo da época é o da líder libertária, escritora e educadora Maria Lacerda de Moura.
Na Literatura, a Geração de 30 é considerada a responsável pelo amadurecimento do Modernismo Brasileiro. Passada a fase em que reinaram o nacionalismo, a irreverência, a rebeldia e a crítica sarcástica das paródias, dos poemas antropofágicos e dos romances telegráficos elaborados pelos escritores e das obras vanguardistas dos artistas que compunham os “Movimentos Nativistas” da década de 20 (principalmente o “Pau-Brasil” e o “Antropofágico”, que contaram com as participações especiais da jornalista e escritora Patrícia Galvão – a Pagu – e das artistas Anita Malfatti e Tarsila do Amaral), os artistas e escritores da década de 30, conscientes de que o Modernismo Brasileiro já havia conquistado “seu lugar ao sol”, passam a produzir uma obra de grande variedade de temas e de estilos, para que possam atingir os mais diversos tipos de receptores. A Literatura Brasileira de 1930-45, por isso, é marcada pelo surgimento da PROSA de ficção (Prosa Regionalista, Prosa Urbana e Prosa Intimista), da qual são seus melhores representantes: Graciliano Ramos, Jorge Amado, José Lins do Rego, José Américo de Almeida, Érico Veríssimo e a primeira “acadêmica” brasileira, a romancista Raquel de Queirós, e com a EVOLUÇÃO DA POESIA, pois a poesia brasileira, além de temas nacionalistas, passa a abordar temas sociais, religiosos, históricos, metalingüísticos e até temas centrados simplesmente no “EU”, o que representa o reinício de uma produção poética essencialmente lírica; essa “poesia evoluída, madura” é a poesia de Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Lima, Murilo Mendes e daquela que é considerada a “melhor dupla lírica” do Modernismo Brasileiro: Vinícius de Moraes e a primeira poetisa brasileira, Cecília Meireles.
No meio de todos os nomes importantes da História das Mulheres Brasileiras até aqui citados, o nome de Cecília Meireles é o escolhido como tema deste seminário, porque ela é a primeira brasileira a produzir e a publicar uma poesia em que o “EU” que nela se expressa é um “EU-LÍRICO FEMININO ”, uma “alma” feminina, o que lembra que a mulher é “alguém” e que, por isso, precisa também se lembrar de si mesma, precisa dizer ao mundo exterior o que se passa em seu mundo interior: quem é, o que sente, o que deseja, o que sabe e como a integração desses dois mundos (interior-exterior) podem aprimorar a vida em geral, já que é a mulher quem gera a vida humana. Além de ser um grande nome da História e da Literatura no Brasil, de ser a primeira poetisa brasileira, de ousar a falar de seu “EU” e do universo feminino numa sociedade ainda patriarcal por excelência, Cecília Meireles é também uma precursora das conquistas femininas em outros aspectos: na política e, principalmente nos ideais da educação.












BIOGRAFIA

Poetisa, professora, pedagoga e jornalista, cuja poesia lírica é altamente personalista, freqüentemente simples na forma, mas contendo imagens e simbolismos complexos, deu a ela a importante posição na literatura brasileira do século XX.
Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles e Dª Matilde Benevides Meireles, Cecília Benevides de Carvalho Meireles, nasceu aos sete de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Fora a única sobrevivente dos quatro filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos de idade.
Órfã desde tenra idade, foi criada pela avó Jacinta Garcia Benevides. Desde cedo habitara ao exercício da solidão, tendo precocemente desenvolvido sai consciência e sensibilidade. Começou a escrever poesias aos nove anos de idade.
A paixão pelos livros e a leitura norteia o caminho da jovem Cecília. Aos dezesseis anos, ela se diploma professora. A vontade e o fascínio pelo saber a conduzem, então, para o estudo de outros idiomas.
Ainda que se fizesse versos e compreendesse cantigas para os seus brinquedos desde a escola primária, é na adolescência que Cecília começa a escrever poesias.
Em 1.919 publica o seu primeiro livro de poemas: Espectros.
Embora vivendo sob a influência do Modernismo, apresenta ainda em sua obra heranças do simbolismo e técnicas do classicismo, razão pela qual sua poesia é considerada intemporal.
A década de 20 foi uma época de revolução na literatura brasileira, mas o trabalho de Cecília naquele período mostra pouca afinidade com as tendências nacionalistas então em voga, ou com o verso livre e a linguagem colonial. Boa parte dos críticos considera suas formas mais tradicionais de poema o ponto mais alto de sua obra.
Casa-se em 1922, com o pintor português, Fernando Correia Dias, com quem tem três filhas.






MOMENTO HISTÓRICO

A despeito de perseguições mais ou menos veladas, e de dificuldades financeiras, Cecília luta ainda mais pela renovação educacional vigente. No período de 1930 a 1933 dirige a página da Educação no Diário de Notícias do Rio de Janeiro. Em seus artigos sobre política, educação e cultura, defende uma política menos casuísta e uma educação moderna. Cecília rompe tabus de uma sociedade deixando marca na História Brasileira como defensora da idéia universal de democracia numa década em que o mundo vive o período de transição das duas Grandes Guerras. No Brasil, Getúlio Vargas sai-se vitorioso na Revolução de 1.930. A “Página da Educação”, comandada por Cecília Meireles, causa fúria no meio político nacional. Cecília refere-se ao presidente Vargas como “Senhor Ditador”. Sustentando a idéia de um Brasil menos presunçoso, coleciona inimigos e desafetos.
Um grupo formado por vinte e seis membros, dentre eles uma única mulher, Cecília Meireles, lançaram em 1932 um manifesto que teve larga repercussão em todo país e foi reproduzido na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos: O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Esse grupo, que desde a década de 20 vinha lutando pela renovação do ensino no país, dirigia-se ao povo e ao governador, assinalando que: “na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação”. Seguia-se uma série de considerações sobre as diversas reformas de ensino aprovadas pelo governo em diferentes épocas. Desenvolviam-se considerações sobre o processo educativo, destacando o conceito e os fundamentos da educação nova. Também se analisava o conceito moderno da universidade e o problema universitário no Brasil.
Os primeiros frutos resultantes das idéias pregadas no manifesto surgiram logo a seguir, sobretudo nas reformas do ensino no Distrito Federal, que contou com o precioso apoio de Anísio Teixeira no período de 1.934 a 1.935.
Em 1.933, Cecília encerra seu trabalho frente à Página da Educação. Cansada da perseguição que sofria, manifesta, em correspondência, seu “horror” ao jornalismo. No entanto, ela troca o Diário de Notícias pelo jornal A Nação, contratada sob a condição de não escrever sobre política.
A convite do governo português Cecília dá início a um período de viagens ao exterior. Reaparece no cenário poético após quatorze anos de silêncio com a publicação do livro A Viagem, em 1.939, considerado um marco de maturidade e individualidade na sua obra: recebeu o prêmio de poesia daquele ano da Academia Brasileira de Letras. Daí em diante dedicou-se à carreira literária, publicando regularmente até a sua morte. Vários de seus livros são inspirados nas muitas viagens que fez, viagens estas de grande significação, pois a autora extraiu do contato com gente, costumes e idiomas diferentes matéria de melhor compreensão da vida e da humanidade.
Faleceu no Rio de Janeiro a nove de novembro de 1.964, sendo-lhe prestados grandes homenagens públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura.
Sua poesia foi assim julgada pelo crítico Paulo Ronai: “Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia da língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo... A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea”.




















TEXTOS ESCRITOS SOBRE A EDUCAÇÃO


Em seu livro, Crônicas de Educação, são reunidos textos publicados no Diário de Notícias, do Rio de Janeiro, em uma coluna denominada “Comentário”. Os textos foram selecionados e agrupados em núcleos temáticos: Educação, política e religião; Nova Educação, Escola Nova, Escola Normal e ensino público – formação do magistério e qualidades do professor. Neste livro o pensamento de Cecília foi devidamente ordenado em centros de preocupação pedagógica, pensamento iluminado pelos princípios da Escola Nova, amplamente debatidos num período verdadeiramente áureo da educação brasileira.
























CONCLUSÃO

Cecília Meireles rompe tabus de uma era onde a mulher não participava da vida em sociedade e nos grandes acontecimentos do país.
Fora perseguida, enfrentou problemas financeiros, mas não desistiu da renovação educacional.
Apesar de ter convivido com várias mortes manteve-se consciente e sensível, escrevendo poemas que revelaram a alma feminina, sendo a precursora das conquistas femininas no país e um marco nas mudanças educacionais.


























REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MEIRELES, CECÍLIA. Crônica de Educação 3. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2001. 262 p.

NISKIER, ARNALDO. Educação Brasileira: 500 anos de história, 1500 – 2000. 2 ed. Rio de Janeiro, Consultor, 1995. 648 p.

INSTITUIÇÃO ESCOLAR

“As formas de educar e os fins da educação mudam com o tempo, de acordo com as exigências da sociedade em que vive”.
A instituição escolar surgiu na Antiguidade Clássica. Na sociedade primitiva não havia escola e a educação era exercida pelos membros que constituíam tal sociedade.
A escola surgiu da necessidade da transmissão do saber para um restrito grupo Exercia influência partilhada com a família, funcionando apenas como instrumento de ação educacional.
Os colégios funcionavam como disciplinador de crianças e utilizavam os castigos corporais de forma intensa.
“As escolas de destinavam à nobreza e à burguesia”.
Os pedagogos, ansiosos por mudanças nas práticas didáticas e ao conteúdo transmitido, reagiram à estrutura tradicional da escola. A partir da Revolução industrial houve a aceleração do processo de democratização do ensino com a reivindicação de escolas públicas gratuitas e obrigatórias, concedendo acesso às camadas não-privilegiadas da sociedade. .
A escola passa a assumir funções que antes eram da família, exercendo forte influência na formação das crianças e dos jovens. A escola passa a ser vista pelos teóricos como um agente transformador, permitindo a ascensão social e a criação de uma sociedade mais humana e democrática.
As críticas feitas à escola tradicional revelam a incapacidade desta em atender as necessidades de um mundo em constantes mudanças, surgindo daí novas alternativas na educação.
Na sociedade contemporânea a reflexão instigada pelos pedagogos permanece como um desafio: como superar a crise por que passa a nossa civilização caracterizada por um período de transição no qual o velho ainda não morreu e o novo não se apresenta com clareza.
Resta-nos saber que a escola não é compreendida fora do contexto socioeconômico em que está inserida e que por trás das decisões existem posições políticas e à medida que a sociedade contemporânea se torna mais complexa a escola adquire, cada vez mais, um papel insubstituível.

CONCEPÇÕES DE HOMEM

“A questão antropológica é a primeira que se coloca em qualquer situação vivida pelo homem”.
Para que a atuação do professor seja intencional é importante ter na sua práxis educativa a clareza da questão antropológica, rompendo definitivamente com a sua forma empírica, buscando compreender o conceito de homem voltado para a sua existência, tornando o aluno o centro do processo educativo.
As teorias antropológicas são várias, mas as três concepções que merecem enfoques são: metafísica, naturalista e histórico-social.
Na concepção metafísica há uma visão parcial do problema educacional, estando centrada no interior do indivíduo e nas formas ideais do que é o homem e como deve ser a educação.
Já na concepção naturalista há uma tentativa de adequar a metodologia das ciências humanas ao método das ciências da natureza, que se baseia na experimentação, no controle e na generalização.
Quanto à concepção histórico-social há um abandono das explicações essencialistas e estáticas, buscando o indivíduo como pessoa ou ser social, compreendendo melhor a interação entre sujeito e sociedade, inclusive ante as forças do poder.
Nesse sentido podemos compreender a importância da antropologia como orientadora do trabalho pedagógico.
“Muitos professores se encontram perplexos diante das classes cujos jovens eles não conseguem compreender. Novos objetivos, nova sensibilidade são desafios para a atuação dos educadores”.

Curso de Pedagogia no Brasil: História e Identidade

RESENHA CRÍTICA

SILVA CARMEM SÍLVIA BISSOLI DA. Curso de Pedagogia no Brasil: História e Identidade. 2 ed. Revista e Ampliada. Campinas: Autores Associados, 2002. 112 p.

Por: Ronicilda Stheomar de Carvalho

Carmem Sílvia Bissoli da Silva, professora e pedagoga, preside a Comissão de Estágio das Habilitações no Curso de Pedagogia. Seus estudos têm versado sobre as questões estruturais da educação brasileira, sobretudo no que se refere ao Curso de Pedagogia, sendo que, atualmente desenvolve tese a respeito dos cursos superiores de educação no Brasil.
A autora, preocupada com a situação do Curso de pedagogia no Brasil, escreveu este livro procurando demonstrar que a história do curso é a história da questão de sua identidade.
Carmem narra a trajetória do Curso de Pedagogia com o objetivo de esclarecer alguns problemas relativos à sua identidade, elegendo a estrutura curricular como foco de análise, considerando as regulamentações do curso , as indicações e as propostas que foram apontadas para a sua reformulação.
Examina a questão da identidade do Curso através de períodos, estabelecendo as análises das regulamentações, focalizando as propostas produzidas, com vista a oferecer elementos que contenham a origem da superação do problema para a formulação de conclusões sobre o assunto.
O texto é conciso, apresentado de forma lógica, coerente e sistematizada.
A linguagem utilizada pela autora é de difícil compreensão, exigindo do leitor conhecimentos sobre o assunto para melhor entendê-lo. É uma obra dirigida aos pesquisadores, estudantes do curso e pedagogos em geral.
Valeu a pena ter lido o livro, porque contribuiu para o meu entendimento sobre o Curso de Pedagogia, do qual tinha pouco conhecimento, principalmente sobre a legislação que o ampara.
O texto tem idéias originais, verdadeiras e criativas, com conhecimentos novos, amplos e abordagens diferentes, contribuindo no aprofundamento do assunto de interesse.
Recomendo a leitura do livro a todos os estudantes que pretendem optar pelo Curso de Pedagogia e para aqueles que estão inseridos no curso com o objetivo de está contribuindo para a formação de opiniões que possam engajar na luta pela definição da real ocupação do pedagogo, apresentando propostas claras e justificáveis.
Entendo que a regulamentação do exercício de uma profissão pressupõe definições claras quanto ao perfil deste profissional, em termos de áreas de atuação, habilidades e competências gerais, habilidades e competências específicas, etc. É aí que a autora, em sua obra, explica a real necessidade em relação à Pedagogia. A autora analisa, critica e questiona o tipo de profissional que o Curso de Pedagogia propõe regulamentar, através de um debate que se encontra "travado" nas diferentes instâncias que lidam com o curso de Pedagogia, que já discutiram as diretrizes curriculares para o curso, sem chegarem a um consenso razoável, e, sobretudo, dentro das próprias instâncias formadoras, não suficiente clareza acerca da identidade epistemológica da pedagogia, acerca do perfil do curso e do profissional por ele formado. Em sua obra questiona: afinal, o que é a pedagogia enquanto área de conhecimento e quem é o pedagogo como profissional.
Hoje, porém, já existem diferentes perfis de curso de pedagogia que lidam exclusivamente com determinadas áreas específicas (educação especial, psicopedagogia, etc).
Por isso, a autora na sua luta pela regulamentação da profissão inclui o debate em torno da identidade do curso, de modo a termos clareza acerca de quem somos, o que fazemos, onde podemos fazer e a nossa relação com os demais profissionais da educação. Devemos, portanto, nos mobilizar no sentido de pressionar as instituições formadoras, as diferentes entidades e instituições que discutem a formação do educador, assim como o Conselho Nacional de Educação no sentido de apressarem a definição de diretrizes curriculares para o curso de pedagogia que apontem direções claras em relação à formação e ao exercício profissional do pedagogo. Assim, teremos elementos mais seguros e consistentes para aprofundar a luta pela regulamentação da profissão, sob pena de, ao fugirmos desse debate, comprometermos o próprio futuro da pedagogia, em termos dos espaços de formação e do exercício profissional.