sexta-feira, 18 de junho de 2010

sexta-feira, 4 de junho de 2010

RESENHAS

É um gênero textual em forma de síntese (resumo) que expressa a visão do autor sobre um fato cultural, como por exemplo, um livro, um filme, exposições, entre outros.
Numa resenha é fundamental o equilíbrio entre dois pontos padrões: a mistura dos momentos de pura descrição com os momentos de crítica direta.
Sendo a resenha um gênero textual necessariamente breve, é perigoso recorrer-se ao erro do superficial. Neste caso o resenhista precisa mostrar ao leitor as principais características do fato cultural, sejam elas boas ou ruins, mas sem esquecer de argumentar em determinados pontos e nunca usar expressões como “Eu gostei” ou “Eu não gostei”. Essas são as características de uma resenha de forma geral.

A Resenha Acadêmica, apresenta moldes bastante rígidos e responsáveis pela padronização dos textos científicos. Ela, por sua vez, também se subdivide em resenha crítica, resenha descritiva e resenha temática.
    A resenha acadêmica crítica apresenta oito passos padronizados para que se transforme em texto ideal:
    1. Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo que você vai resenhar;
    2. Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto a ser resenhado;
    3. Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo;
    4. Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir claramente o texto resenhado;
    5. Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você vai dar sua opinião. Argumente baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações ou até mesmo utilizando-se de explicações que foram dadas em aula. É difícil encontrarmos resenhas que utilizam mais de 3 parágrafos para isso, porém não há um limite estabelecido. Dê asas ao seu senso crítico.
    6. Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de analisar para quem o texto realmente é útil (se for útil para alguém). Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda etc.
    7. Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi resenhada e não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e de algumas outras obras do escritor ou pesquisador.
    8. Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e fala algo como “Acadêmico do Curso de ____________ da Universidade________________”
    A resenha acadêmica descritiva apresenta sete passos essenciais para a formação de um texto ideal. Envolvem os oito passos citados na resenha acadêmica crítica, com exceção do número 5.
    1. Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo que você vai resenhar;
    2. Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto a ser resenhado;
    3. Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo;
    4. Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir claramente o texto resenhado;
    5. Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de analisar para quem o texto realmente é útil (se for útil para alguém). Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda etc.
    6. Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi resenhada e não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e de algumas outras obras do escritor ou pesquisador.
    7. Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e fala algo como “Acadêmico do Curso ________ da Universidade de ________________”
    Na resenha temática, você fala de vários textos que tenham um assunto (tema) em comum. Os passos são um pouco mais simples:
    1. Apresente o tema: Diga ao leitor qual é o assunto principal dos textos que serão tratados e o motivo por você ter escolhido esse assunto;
    2. Resuma os textos: Utilize um parágrafo para cada texto, diga logo no início quem é o autor e explique o que ele diz sobre aquele assunto;
    3. Conclua: Você acabou de explicar cada um dos textos, agora é sua vez de opinar e tentar chegar a uma conclusão sobre o tema tratado;
    4. Mostre as fontes: Coloque as referências Bibliográficas de cada um dos textos que você usou;
    5. Assine e identifique-se: Coloque seu nome e uma breve descrição do tipo “Acadêmico do Curso de ___________ da Universidade de ________________”.
    As resenhas são um ótimo guia para os apreciadores da arte em geral. É uma ferramenta essencial para acadêmicos que precisam selecionar quantidades enormes de conteúdo em um tempo relativamente pequeno.

    O QUE É UM MEMORIAL?

    "Memorial é o relatório exigido em universidades para obtenção de progressão vertical na carreira dos docentes". (França e Vasconcelos, 2007)
    Nos memoriais saõ incluídos comentários pessoais às informações repassadas referentes à formação acadêmica e as atiidades profissionais, o que difere do curriculum vitae.
    A estrutura do memorial é semelhante às dissertações e teses, ficando a critério do autor a divisão do texto que deverá seguir o desenvolvimento cronológico de suas atividades acadêmicas.

    ESTRUTURA DO MEMORIAL
    • capa
    • folha de rosto
    • páginas preliminares: dedicatória, agradecimentos, epígrafe.
    • sumário
    • texto
    • referências

    LER PARA APREENDER - ESTUDO CONTEXTUALIZADO

    "Aprender a ler e escrever é, antes de tudo, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, localizar-se no espaço social mais amplo, a partir da linguagem". Paulo Freire (1979). Devemos lembrar, de acordo com as palavras de FREIRE, que o homem está no mundo e com o mundo, produzindo-o e transformando-o, preenchendo com a cultura os espaços geográficos e os tempos históricos. Ele se identifica com sua própria ação: objetiva o tempo, temporaliza-se, faz-se homem-história.
    O processo de alfabetizar pode, às vezes, ser difícil e confuso. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, o aluno precisa aprender a dominar as habilidades da língua: ler, escrever, ouvir e falar.
    Com o ato de ler desenvolvemos nossa capacidade de raciocínio, nossas habilidades com relação às palavras e melhoramos nossa condição para a escrita. Mas será que simplesmente ler ou fazer a leitura é o suficiente para o aprendizado? Todos sabem que há diferença entre ver e olhar, ouvir e escutar... Ler não é apenas passar os olhos por algo escrito, não é fazer a versão oral de um escrito. Ler não é somente decodificar, converter letras em sons, sendo a compreensão conseqüência natural dessa ação. A aprendizagem da leitura constitui uma tarefa permanente, que vai se aprimorando e enriquecendo com novas habilidades à medida que são trabalhados textos cada vez mais complexos. Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa que certas respostas podem ser encontradas na escrita, significa poder ter acesso a essa escrita, significa construir uma resposta que integra parte das novas informações ao que já se é. Um poema ou uma receita, um jornal ou um romance, provocam questionamentos, exploração do texto e respostas de natureza diferente; mas o ato de ler, em qualquer caso, é o meio de interrogar a escrita e não tolera a amputação de nenhum de seus aspectos.
    Atualmente, stamos vivendo a "era do conhecimento", ou seja,  era da globalização e da tecnologia das informações. Neste contexto formar leitores competentes, é preciso interagir com a diversidade de textos escritos, testemunhar o uso que os já leitores fazem deles e participar de atos de leitura de fato. Num trabalho de linguagem onde o texto é a base, o objetivo é buscar informação e o exercício da reflexão. Neste caso, o texto deixa de ser um conjunto de regras a serem apreendidas para se tornar algo que se usa socialmente em efetivas ações de nosso dia-a-dia. As mídias convencionais ou eletrônicas apontam para uma revolução pós-industrial, centrada no conhecimento. Estamos na chamada sociedade do conhecimento em que um aprendente dedicado à pesquisa pode, em pouco tempo, superar os conhecimentos acumulados do mestre. E tudo isso é bom para quem ensina e para quem aprende.   “Quem lê, sem dúvida nenhuma escreve melhor”.
    O ensino da compreensão da leitura tem um valor formativo no âmbito do desenvolvimento pessoal e social dos alunos, desde as primeiras etapas de iniciação à leitura. A língua escrita é um veículo de comunicação sociocultural que difunde valores, ideologias, conhecimentos sobre o mundo. Através da leitura, o nosso campo de experiências (fonte de conhecimento e desenvolvimento) amplifica-se para além das fronteiras das experiências diretas.
    Se os benefícios da leitura são evidentes para o modo de comunicar e aprender, a proximidade funcional entre a língua escrita e a oral deve ser evidente para um aluno desde no início da vida escolar.  A leitura pode tornar-se uma das atividades mais gratificantes para o aluno, quando este perceber que a leitura pode ajudá-la a cumprir objetivos cognitivos, lúdicos, afetivos e sociais.
    São três os fatores que influem no desenvolvimento da capacidade de aprender: 1) Primeiramente, a atitude de querer aprender. O segundo fator diz respeito ao desenvolvimento do interesse especial de aprender. No entanto, só desenvolvemos a capacidade de aprender quando aprendemos a pensar. Só pensamos bem quando aprendemos métodos e técnicas de estudo. É este fator que garante, pois, a capacidade de auto-aprendizagem do aluno. O terceiro fator refere-se à aprendizagem de conhecimentos ou conteúdos. Para tanto, a construção de um currículo escolar, com disciplinas atualizadas e bem planificadas, é fundamental para que o aluno desenvolva sua compreensão do ambiente natural e sociais, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade, conforme o que determina o artigo 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB nº 9394/96.As maiores dificuldades dos alunos residem no aprendizado de estratégias de aprendizagem. A leitura, a escrita e a matemática são meios ou estratégias para o desenvolvimento da capacidade de aprender. Entre as três, certamente, a leitura, especialmente a compreensão leitora, tem o seu lugar de destaque.
    Ler para aprender é fundamental para qualquer componente pedagógico do currículo escolar. Através dessa habilidade, a leitura envolve a atividade de ler para compreender, exigindo que o aluno, por seu turno, aprenda a concentrar-se na seleção de informação relevante no texto, utilizando, para tanto, estratégias de aprendizagem e avaliação de eficácia.O conhecimento é possível de ser democraticamente capturado ou adquirido por todos: todos estão em condições de aprendizagem. Claro, a figura do professor não desaparece, exceto o modelo tradicional do tipo sabe-tudo, mas passa a exercer um papel de mediador ou instrutor ou mesmo um facilitador na aquisição e desenvolvimento de aprendizagem.
    A tarefa do mediador deve ser, então, a de buscar, orientar, diante das diversas fontes disponíveis, especialmente as eletrônicas, os melhores sites, indicando links que realmente trazem a informação segura.
    No ensino fundamental, os alunos devem escrever narrativas, diálogos, poesias, contos; fazer resenhas de livros, colocando suas opiniões sobre determinados personagens, enredo, final da história; dizer por que gostaram do livro e se recomendam ou não para seus colegas de classe. Este tipo de prática vai desenvolver neles uma leitura crítica e perspicaz. Eles vão, aos poucos, percebendo por que gostam de determinada leitura e preferem abandonar outras. Vão se tornando leitores qualificados, identificando estilos e tendências.
    Na leitura de jornais e revistas, deve-se tentar identificar os tipos de texto apresentados nesses veículos — editoriais, entrevistas, boxe (com pequenas notícias), reportagens, etc.
    —, analisando, em cada um deles, os tipos de linguagem e recursos usados; observar a relação dos títulos com o conteúdo e as ilustrações — fotos, mapas, quadros estatísticos —, tentando entender o conjunto do texto; analisar editoriais, capas, sumários, créditos, propagandas (que financiam as publicações); perceber os objetivos de cada publicação. Os jornais podem vir de toda a parte — os de grande circulação, os de sindicatos, associações de bairros, igrejas, etc. O material deve ser o mais variado possível.
    Uma boa prática no ensino da língua é dar ênfase à leitura e à escrita.  O jovem precisa da escola não só para aprender, mas para ser cidadão. A escola deve ser o elemento agregador, o lugar de conflitos e crescimento e, sobretudo, de reconhecimento. A turma da escola é a melhor lembrança na vida adulta, e o professor deve ser lembrado como aquele que ajudou no seu processo de aprendizagem e amadurecimento.
    Portanto, ler, pensar, escrever, são os caminhos que estão sempre abertos para quem quer aprender. E quanto ao escrever, tanto o exercício quanto o hábito podem tornar um aprendiz autônomo e competente produtor de textos.
    Como transformar alunos passivos em alunos ativos, autônomos e responsáveis? Só há uma saída: através do estudo contextualizado. O que é isso?  Contextualizar é entender, analisar ou interpretar o significado de algo levando em conta o contexto, ou seja, aquilo que constitui o texto na sua totalidade e nas circunstâncias de ocorrência.
    Edgar Morin, filósofo francês escreve no livro Terra Pátria:
    "O pensamento que compartimenta, separa e isola, permite aos especialistas e experts ter um alto desempenho em seus compartimentos e cooperar eficazmente em setores de conhecimento não complexos, especialmente os que concernem ao funcionamento das máquinas artificiais; mas a lógica a que eles obedecem estende sobre a sociedade e as relações humanas as coerções e os mecanismos inumanos da máquina artificial, e sua visão determinista, mecanicista, quantitativa e formalista ignora, oculta ou dissolve tudo o que é subjetivo, afetivo, livre, criador” ( pág. 161). Lidar com o ser  humano pressupõe estudos complexos, e isso exige conhecimento contextualizado. Pode parecer simples, mas para se atingir o simples temos de escalar montanhas de conhecimentos complexos, estudar criativamente e realizar muita reflexão. Trabalhar com boa vontade sem dúvida é importante. Porém, sem o hábito de ler criativamente ninguém consegue lograr o nível almejado
    Referencial Bibliográfico 

    FOUCAMBERT, Jean. Artigo publicado em l'Éducatíon, 22 de maio de 1980. In “A leitura em questão”. editora Artmed.
     FREIRE, Paulo (1979). Ação cultural para a liberdade. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra.


    MARTINS, Vicente. graduado e pós-graduado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará(UECE). Mestre em educação pela Universidade Federal do Ceará(UFC). Professor, há dez anos, dos cursos de Letras e Psicopedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral, Estado do Ceará.
    Matéria publicada em 01/04/2004   - Edição Número 56

    Sergio Eduardo PortArtigo escrito em: Dez/01 Publicado no culturatura em: Jun/02
      


    quinta-feira, 3 de junho de 2010

    UM HISTÓRICO DAS LUTAS E CONQUISTAS RECENTES DA CULTURA NEGRA

    Um histórico das lutas e conquistas recentes

    A ciência dos séculos 18 e 19 considerava que os brancos possuíam maior capacidade intelectual. Depois vinham os índios e, por último, os negros. Alguns estudos afirmavam que os negros se situavam abaixo dos macacos. "Qualquer que seja o grau dos talentos dos negros, ele não é a medida dos seus direitos", Thomas Jefferson (1743-1826), político americano.

    1948 - Uma das mais significativas experiências de mobilização negra foi o jornal Quilombo, editado no Rio de Janeiro. A edição nº 0, ano 1, trazia a seguinte afirmação: "Nos dias de hoje a pressão contra a educação do negro afroxou (sic) consideravelmente, mas convenhamos que ainda se acha muito longe do ideal".

    1949 - 1º Congresso do Negro Brasileiro. Temas abordados: sobrevivências religiosas e folclóricas; formas de luta (capoeira de Angola, batuque, pernada); línguas (nagô, gegê, língua de Angola e do Congo, as línguas faladas nos anos de escravidão).

    Década de 1950 - Iniciam-se os primeiros estudos sobre preconceitos e estereótipos raciais em livros didáticos no Brasil.

    Décadas de 1960 e 1970 - Os militares oficializaram a ideologia da democracia racial e a militância que ousou desafiar esse mito foi acusada de imitadora dos ativistas americanos, que lutavam pelos direitos civis. O mito da democracia racial persiste até hoje.

    Década de 1980 - Retomada dos estudos sobre preconceitos e estereótipos raciais em livros didáticos. Os resultados das pesquisas apresentam a depreciação de personagens negros, associada a uma valorização dos brancos.

    1984 - Em São Paulo, a Comissão de Educação do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra e o Grupo de Trabalho para Assuntos Afro-Brasileiros promoveu discussões com professores de várias áreas sobre a necessidade de rever o currículo e introduzir conteúdos não discriminatórios.

    1985 - A comemoração de 13 de maio foi questionada pela Comissão por meio de cartazes enviados às escolas do estado de São Paulo. O material também exaltava 20 de novembro como data a comemorar a consciência negra.

    1986 - A Bahia inseriu a disciplina Introdução aos Estudos Africanos nos cursos de Ensino Fundamental e Médio de algumas escolas estaduais atendendo a antiga reivindicação do movimento negro.

    1996 - Entre os critérios de avaliação dos livros didáticos comprados e distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) foram incluídos aqueles específicos sobre questões raciais.

    1998 - Inclusão da Pluralidade Cultural entre os temas transversais nos Parâmetros Curriculares Nacionais.

    2003 - A publicação da Lei no10.639 tornou obrigatório o ensino da História da África e dos Afro-brasileiros no Ensino Fundamental e Médio.

    Fonte: estudos e pesquisas de Benilda Regina Paiva de Brito e Fúlvia Rosemberg

    ORIGENS AFRICANAS NUM PAIS CHAMADO BRASIL

    revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/origens-africanas-num-pais-chamado-brasil-431343.shtml

    MÚSICA E VÍDEO DA COPA DO MUNDO 2010 COM SKANK

    www.topmusicas.net/videos/skank/tema-da-copa-do-mundo-africa-2010.htm

    MASCOTE DA COPA DO MUNDO 2010 - ÁFRICA DO SUL

    O PAPEL DA PESQUISA NA FORMAÇÃO E NA PRÁTICA DOS PROFESSORES

    Introdução

    A concepção do professor como pesquisador, a possibilidade de que ele desenvolva a prática da pesquisa no trabalho docente, a preparação para essa prática são questões amplamente discutidas hoje pela comunidade acadêmica. Os debates em torno dessas e de outras idéias a elas correlatas têm se tornado cada vez mais intenso.
    Existe um consenso entre os especialistas da área de educação de que a pesquisa é um elemento essencial na formação do docente. E nos últimos anos vem sendo defendida a idéia de que ela deve ser parte integrante do trabalho do professor, ou seja, de que ele deve se envolver em projetos de pesquisa-ação nas escolas ou salas de aula. No entanto, muitas questões vêm sendo formuladas quanto à forma de inserção da pesquisa na formação e na prática docente. Pergunta-se - como vem se processando a articulação entre ensino e pesquisa nas universidades e qual sua contribuição para a melhoria dos cursos de graduação? De que professor e de que pesquisa se está tratando quando se fala em professor pesquisador? Que condições tem o professor que atua nas escolas para fazer pesquisas? Que pesquisas vêm sendo produzidas? A obra busca dar subsídios para superar tanto uma visão romântica quanto uma crítica amarga sobre o potencial da pesquisa na formação e na prática docente.
    A postura do professor no exercício da docência requer conhecimentos e habilidades específicas ao bom desempenho da função. Isso significa que uma atuação dessa natureza exigirá conhecimento sobre processos de ensino–aprendizagem, metodologia de ensino, metodologia de avaliação, objetivos e outros, sem contar as inúmeras situações marcadas pela complexidade em que o professor precisa aprender. As situações de ensino são, conforme assinala André, marcadas pela urgência e pela incerteza. Tem, portanto, suas especificidades, sua natureza, como bem lembraram a autora, axiológica e política. A pesquisa por sua vez, requer uma inteligibilidade própria sendo preciso que o professor produza conhecimentos a partir de bases teóricas já produzidas, de coleta e análise de dados, testes de hipóteses realizadas de forma sistemática e com o rigor próprio da ciência. Para essa tarefa o professor precisa de tempo e espaço, de bibliografia adequada e atualizada. Enfim, de condições necessárias para o cumprimento dessas tarefas. Além, é claro, do domínio dos procedimentos metodológicos fundamentais à elaboração e execução da pesquisa.

    Desenvolvimento

    A organização do livro “O Papel da Pesquisa na Formação e na Prática dos Professores”, surgiu como frutos de uma discussão sobre essa complexa relação, um projeto concretizado após um seminário realizado na Universidade Federal de Goiás, através de uma mesa redonda em que foram explicitadas várias concepões polêmicas e diferentes posições sobre essa complexa relação, principalmente no que diz respeito ao lugar que ocupa a pesquisa na formação e na prática docente.
    No texto de Lucíola Santos percebe-se a argumentação sobre a estrutura do campo acadêmico no interior das universidades quanto às diferentes áreas d conhecimento e da sua interferência na integração entre ensino e pesquisa. A autora afirma que a formação do professor pesquisador possui diferentes concepções sobre a natureza e o papel d pesquisa educacional, por isso deve e pode ser contestada. Reconhece, no entanto, que a pesquisa no campo da formação docente coloca novas perspectivas e exige constantes questionamentos e a busca de soluções e criativas para os problemas levantados.
    A motivação inicial para a investigação sobre o professor da escola básica e a pesquisa surgiu quando do desenvolvimento de uma pesquisa voltada para o processo de socialização profissional de professores por Menga Lüdke. Uma de suas constatações é a dificuldade diante de um conceito não consensual de pesquisa que por vezes ocasiona distorções que acabam limitando a própria concepção de pesquisa. Um exemplo disso reside na relação entre reflexão e pesquisa. A reflexão na e sobre a ação é uma estratégia que pode servir para os professores problematizarem, analisarem, criticarem e compreenderem suas práticas, produzindo significado e conhecimento que direcionam para o processo de transformação das práticas escolares. Todavia, reflexão não é sinônimo de pesquisa e o professor que reflete sobre a sua prática pode produzir conhecimento sem, necessariamente, ser um pesquisador. Quando ele avança, indo ainda além da reflexão, do ato de debruçar-se outra vez para entender o fenômeno, encurta a distância que o separa do trabalho de pesquisar, que apresenta, entretanto, outras exigências, entre as quais a análise à luz da teoria. Nesse contexto analisa a prática da pesquisa sobre o foco de três perguntas dirigidas aos professores dos cursos de licenciaturas: “A pesquisa é importante? A pesquisa é necessária? A pesquisa é possível?”.
    Na concepção de Marli André (2001:60):
    “Querer que o professor se torne um profissional investigador de sua prática exige que se pense nas exigências mínimas para sua efetivação, ou seja: é preciso que haja uma disposição pessoal do professor para investigar, um desejo de questionar; é preciso que ele tenha formação adequada para formular problemas, selecionar métodos e instrumentos de observação e de análise; que atue em um ambiente institucional favorável à constituição de grupos de estudo; que tenha oportunidade de receber assessoria técnico-pedagógica; que tenha tempo e disponha de espaço para fazer pesquisa; que tenha possibilidade de acesso a materiais, fontes de consulta e bibliografia especializada. Esperar que professores se tornem pesquisadores, sem oferecer as necessárias condições ambientais, materiais, institucionais implica por um lado, subestimar o peso das demandas do trabalho docente cotidiano e, por outro, os requisitos para um trabalho científico de qualidade”.
    Ressalta-se ainda que a formação do professor pesquisador não se faz no imediatismo de pseudo-políticas-acadêmicas que visam, tão somente, mostrar quantitativos de trabalhos a organismos que monitoram a educação no ensino superior. Tampouco deve tentar camuflar deficiências presentes na instância da docência superior. E aqui outro cuidado se faz presente: ao tornar a pesquisa a “menina dos olhos da universidade”, freqüentemente negligencia-se a docência já que pesquisa proporciona mais mérito ao ensino superior. E, por fim, cumpre indagar: como articular o ensino e pesquisa na formação docente? No que se refere à formação docente, essa vinculação poderia se dá no momento em que docentes resolvem proceder a investigação da sua prática, ou seja, explicitar como ocorrem os processos de aprender a ensinar e de aprender a profissão, ou seja, de aprender a ser professor, de aprender o trabalho docente, são processos de longa duração e sem um estágio final estabelecido “a priori”.
    Os estudos acerca da própria prática forçam uma reflexão sobre a mesma, advinda daí, a possibilidade de averiguar os pontos fortes e fracos presentes na atuação do professor. Afinal, o cotidiano de uma sala de aula é permeado por uma série de situações que muito bem podem ser pontos para investigação. Estas pesquisas realizadas à luz de um rigor científico podem ser levadas à sala de aula e discutidas com os estudantes podendo ser foco de incentivo à prática da pesquisa. Igualmente poder-se-ia instituir a pesquisa nos projetos de cursos nas disciplinas que integram a matriz curricular com o objetivo de desenvolver habilidades e atitudes de investigação nos futuros professores.
    O sentido de se discutir a formação do professor tendo em vista o exercício da docência e da pesquisa articulados não deve de todo, esgotar nosso entendimento sobre o que é ser professor e o que é necessário para sua formação. A indagação sobre o que é ser professor deve estar latente na mente daqueles que tem na educação não apenas um ofício no sentido prático da expressão, sobretudo, revela-se na complexidade mesma desse exercício. Significa dizer que ser professor é perder-se na pluralidade das leituras do mundo repleto de relações interpessoais, intra e inter-grupais com as riquezas, experiências e aprendizagens que vão se construindo nessas relações. Nesse sentido não se separa do que é ser professor e o que é necessário para a sua formação das dimensões do saber, do saber fazer, saber ser e saber conviver.
    Beillerot traz uma importância contribuição para as questões que envolvem uma reflexão sobre o que é pesquisa. Reproduziu um artigo para a revista francesa Recherche et Formation, em que discute a concepção de pesquisa, tendo como objetivo focalizar o papel desta na formação e na prática docentes. Nesse artigo aborda questões polêmics como: “Professor ou Pesquisador? Conhecimentos científicos ou práticos? Ensino ou pesquisa?”.
    A autora Magda Soares, no capítulo dedicado ao tema “As pesquisas nas áreas específicas influenciando o curso de formação de professores”, situa o tema retratando as grandezas variáveis das quais se podem aproximar sucessivamente. Propõe uma reflexão sobre os termos: influência (= necessidade); pesquisas (= processo de produção do conhecimento); áreas específicas (= conteúdo do objeto de ensino formal da escola) exercer (= preceder o exercício do magistério e para o qual o habilita); formação (= aquisição e domínio do conteúdo que vai ensinar); professores (= dimensão do conteúdo a ensinar). Através destas reflexões podemos deduzir que a influência das pesquisas nas áreas de formação específica exerce predomínio sobre a formação dos professores.
    Verbana Lisita, Dalva Rosa e Noêmia Lipovesky analisam o texto que se refere às relações entre formação de professores e pesquisa. Apresentam razões sobre a idéia de que se formem professores que pesquisem e que produzam conhecimentos objetivando o desenvolvimento das disposições e capacidades para uma prática refletida, tendo e vista superar a racionalidade técnica dominante na formação inicial e continuada de professores.
    E, finalmente, Marília Miranda, analisa o tema “professor reflexivo/pesquisador, suscitando questões sobre as reações entre o conhecimento acadêmico e o conhecimento dos práticos. Nesse sentido f uma crítica pesada ao elitismo da universidade. A preocupação da autora pauta-se na reforma educacional retirando dos ombros do professor toda a responsabilidade pelo seu insucesso.

    Conclusão

    A integração entre ensino e pesquisa na universidade representa um grande problema que deve ser superado para a melhoria dos cursos de graduação, hoje, tão duramente criticado dentro e fora das instituições de ensino superior. Sucessivas reformulações de currículos têm demonstrado que não são suficientes para resolver a problemática nesse nível de ensino. Essa integração só será possível quando o ensino for colocado como prioridade ao lado da pesquisa.
    Da mesma forma deve se considerar os cursos de formação de professores tendo como ênfase as relações entre ensino e pesquisa, percebendo-se que formar professor-pesquisador tem limite e não é a única forma de formar profissionais competentes. Basear-se num trabalho voltado para a formação de um profissional capaz de reconhecer as relações existentes entre trabalho, políticas públicas na área educacional e as complexas relações existentes entre a sua atividade profissional e a realidade sócio-cultural na qual está inserido estará desenvolvendo uma atitude investigativa por parte do professor, utilizando de diferentes recursos e soluções para encontrar formas de responder aos desafios da prática, independentemente de se ter que atribuir o rótulo de “pesquisa” a esse tipo de atividade.


    Referencial Bibliográfico

    ANDRÉ, Marli (org.). O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores.
    Campinas, SP: Papirus, 2001.

    terça-feira, 1 de junho de 2010

    Pedagogia realizou apresentação de Libras durante a Onda Universitária

    No dia 05/05/10, os alunos do 7º Período de Pedagogia realizaram uma apresentação para a disciplina: Metodologia do Ensino da Língua Brasileira de Sinais, durante a Onda Universitária, na sala multimídia 1, às 19h.

    O objetivo da atividade foi oferecer ao acadêmico noções básicas para trabalhar com o aluno que possui deficiência auditiva.
    A coordenadora do curso de Pedagogia/FACEB, Karine Ribeiro, disse que é defensora da Inclusão. “Fiz pesquisas sobre este assunto e sei que há possibilidades de incluir alunos com deficiência na escola comum com apoio de especialistas. Por isso, o curso de Pedagogia vem oferecendo essa disciplina,  estamos preparando o nosso acadêmico, para receber, saber como ensinar e interagir com o aluno com esta deficiência.”
    A Profª Karine Ribeiro parabenizou o professor Sebastião Lourenço e os alunos do 7º período, pela brilhante iniciativa de mostrar a grandiosidade que são as LIBRAS. “Essa é uma oportunidade única de conscientizar que estamos quebrando paradigmas sobre a exclusão de pessoas com deficiência e que acreditamos no potencial dos mesmos" finaliza

    Notícias UNIPAC Educação com qualidade foi tema em Encontro na Faculdade de Educação de Bom Despacho - FACEB

    A Diretora Geral da FACEB, Débora Guerra, apresentou em Encontro Regional, realizado no Ipê Campestre Clube, nesta quarta-feira, dia 26/05, os resultados educacionais da Faculdade de Educação de Bom Despacho para a comunidade acadêmica e autoridades da área educacional.
    A Empresária destacou em seu discurso que no Relatório da Comissão do Ministério da Educação – MEC no processo de recredenciamento da Faculdade, em dezembro de 2009, foi registrado que a Faculdade de Educação de Bom Despacho tem como diferenciais a administração acadêmica que é efetiva e eficiente; o projeto de desenvolvimento e política institucional coerentes com o trabalho realizado; as inovações tecnológicas; o comprometimento e o envolvimento dos docentes na formação dos alunos; a infraestrutura e recursos didáticos adequados e acima de tudo salientou o trabalho de integração entre os atores acadêmicos e o vínculo com a comunidade, em especial parcerias com empresas e instituições regionais.
    Débora Guerra informou ainda que em abril de 2010, outra Comissão de Avaliação do MEC realizou vistoria in loco para reconhecimento do Curso de Pedagogia e novamente confirmou os resultados satisfatórios da Faculdade, no tocante à organização didática pedagógica, corpo docente, corpo discente e corpo técnico-administrativo e instalações físicas.
    Participaram do evento mais de 150 pessoas entre funcionários, professores, alunos, ex-alunos do Curso de Pedagogia da FACEB, diretores de escolas da região, representante da Comissão de Educação da Câmara Municipal, Secretária Municipal de Educação de Dores do Indaiá e representantes da Secretaria Municipal de Bom Despacho, Representante do Segmento Sociedade Civil Organizada entre outros.
    Os resultados institucionais que comprovaram a qualidade do ensino da Faculdade de Educação de Bom Despacho foram comemorados com a entrega de Menção Honrosa a professores, alunos e representantes da sociedade civil organizada.